04/10/2019 às 15h08min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h44min

Novo Rio Pinheiros terá foco nos córregos

A Sabesp inicia o processo de despoluição de 25 córregos dentro do Novo Rio Pinheiros, que tem o objetivo de devolver o rio limpo para a população até 2022. O primeiro córrego a receber obras será o Zavuvus, na zona sul de São Paulo. A licitação para ampliar a coleta de esgoto na região foi lançada na quinta (20/6). De acordo com matéria do jornal O Estado de São Paulo, A ideia por trás do projeto não é, necessariamente, um contato direto da população com o Rio. Em evento, o presidente da Sabesp, Benedito Braga, argumentou que o objetivo é que o rio tenha utilidade para a população da cidade. A principal novidade do Novo Rio Pinheiros é a adoção de inovações tecnológicas em áreas de habitações irregulares, onde o esgoto acaba lançado nos córregos porque a ocupação não deixou espaço para a instalação de coletores. Nesses locais, a Sabesp estuda, entre outras possibilidades, construir estações especiais que vão tratar a vazão de esgoto do próprio curso-d’água. Outro ponto importante será a adoção do contrato de performance, uma forma moderna de contratação de serviços que alinha com a iniciativa privada o objetivo final: a melhoria da qualidade da água do córrego. Com esse modelo, a empresa fica responsável por todas as obras de ampliação e adequação do sistema de esgoto e sua remuneração depende do resultado. Quanto mais limpa ficar a água maior será a compensação financeira. Para avaliar a performance, serão consideradas metas como o total de novos imóveis conectados à rede e a qualidade da água do córrego. Das 25 sub-bacias, 16 terão contratos de performance. As demais receberão ações realizadas pela própria Sabesp. No Zavuvus, as obras vão beneficiar 173 mil moradores. A expectativa é que em dois anos e meio ocorra uma melhoria acentuada na qualidade da água do córrego, com perspectiva de retomada de vida aquática. Com 7,8 km de extensão, o Zavuvus deságua no Rio Jurubatuba, um canal do Pinheiros próximo da Represa Guarapiranga. Os outros córregos que estão no programa são: Jaguaré, Vila Hamburguesa, Pirajussara, Boaçava, Jockey/Cidade Jardim, Bellini, Morumbi, Alto De Pinheiros, Cachoeira/Morro do S, Corujas, Ponte Baixa, Rebouças, Socorro, 9 de Julho, Sapateiro, Uberaba, Traição, Água Espraiada, Cordeiro, Chácara Santo Antônio, Pouso Alegre, Santo Amaro, Poli e Pedreira. Além de contribuir para a melhoria do rio, o Novo Rio Pinheiros vai beneficiar diretamente 3,5 milhões de pessoas que moram nas imediações (o equivalente à metade da população da cidade do Rio de Janeiro), com melhoria da qualidade de vida e do meio ambiente, e será um incentivo à economia paulista, com a criação de empregos e renda. Educação e Engajamento O Novo Rio Pinheiros é uma ação realizada pela Sabesp e outros órgãos estaduais coordenados pela Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente. A despoluição dos córregos requer também a participação efetiva da população, seja para se conectar à rede de esgoto já existente, seja para descartar adequadamente o lixo. Jogado na rua, o lixo vai parar nas galerias de drenagem da água da chuva e nos córregos, contribuindo para a poluição. Para engajar a população, a operação nos córregos incluirá ações de educação ambiental nos bairros e em espaços lúdicos, onde haverá palestras com temas ambientais e mostras sobre o andamento e o legado das obras. No Zavuvus, o espaço ficará nas proximidades da Estação Jurubatuba da CPTM. O Novo Pinheiros atua em diversas frentes de trabalhos da Sabesp e do Governo de São Paulo para despoluir o rio e devolvê-lo limpo à população. Uma delas é o programa Córrego Limpo, feito desde 2007 em parceria com a Prefeitura de São Paulo, para melhorar a qualidade da água dos mananciais, rios e córregos da capital. Já foram despoluídos 152 córregos. Além do meio ambiente, os benefícios chegam às pessoas que moram próximas dos cursos-d’água por meio de adequações no sistema de esgotamento sanitário, limpeza, manutenção e educação ambiental. O Projeto Tietê, que também engloba o Pinheiros, foi iniciado em 1992 para a criação de infraestrutura para coleta, transporte e tratamento de esgotos. Desde o seu início, a mancha de poluição do rio Tietê diminuiu de 530 km para 122 km, uma redução de 77%. Os dados são auditados pela SOS Mata Atlântica. Com investimento de US$ 3 bilhões no projeto, mais de 10 milhões de paulistas passaram a ter coleta e tratamento de esgoto, com a coleta passando de 70% para 87%, e o tratamento, de 24% para 70%.


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