10/08/2023 às 23h39min - Atualizada em 10/08/2023 às 23h39min

​Continuam os protestos e manifestações pela invasão do Parque da Previdência

Mais de cem manifestantes e representantes de associações de bairro, do Defenda SP, SOS Bicho, Fórum Verde Permanente, Conselheiros do CADES (Conselho Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável) e dos Conselhos Gestores dos Parques Previdência e Luís Carlos Prestes, Fórum Verde Permanente, Corredor Verde do Butantã, a Rede Butantã, Amigos da Mata Esmeralda e Coletivo Corredor Ecológico, entre outros, realizaram um protesto no último sábado, 5 de agosto, na Av. Eliseu de Almeida, nº 1820, onde teve início uma obra vizinha, do Parque da Previdência, supostamente irregular, que além da invasão da área verde, ameaça sua fauna, flora e, principalmente as nascentes, que são protegidas pelo novo Código Florestal, Lei 12651/2012. No momento, a obra está embargada pela Secretaria de Meio Ambiente e ajuizada pelo Ministério Público. O Grupo 1 de Jornais, Gazeta de Pinheiros, Jornal do Butantã, Morumbi News, Tribuna de Santo Amaro e São Paulo News foram os primeiros a denunciar e alertar o fato, junto com outros órgãos de imprensa.

Reunião dia 9 mostra a luta da comunidade
Em reunião realizada na noite de quarta-feira, dia 9, moradores, ativistas ambientalistas e animalistas da região do Butantã, debateram as manifestações e a importância da continuidade da luta pela área vizinha, fundamental para a preservação do bioma do parque com quem faz fronteira, bem como para a manutenção de todo o corredor verde no qual ela está inserida. Os moradores saíram convictos da importância desta luta pela preservação do meio ambiente. 

Depoimentos confirmam invasão
Angela Baeder, bióloga, representante dos Conselheiros da Sociedade Civil do CADES Butantã, afirma que depois das mudanças no terreno, a água está aflorando em grande quantidade, como foi verificado desde a primeira manifestação. “Soma-se à questão gravíssima das nascentes o fato de que já há uma área definida como não edificável, segundo o próprio Geosampa, ferramenta pública da Prefeitura”, argumenta Sérgio Reze, que é diretor do Defenda SP. “Os documentos oficiais sobre o terreno onde acontece a obra, possuem muitas inconsistências de dados, sobre seu tamanho e fronteiras. Alguns deles apontam que se trata de uma concessão do IPESP ao município, ou seja, ele faz parte da área do Parque da Previdência”, explica José Jacinto Mosquera Andrade, da AMAPAR, Associação dos Moradores da Previdência.

Animais silvestres morrendo
Segundo Angela Cristina Fernandes, moradora do bairro há 11 anos, fundadora da SOS Bicho e ativista do ‘Direito Animalista’, diversos animais silvestres estão morrendo ou fugindo da área com a derrubada das árvores e o barulho da obra. Moradores e ativistas também questionam a responsabilização da obra. “Até o momento, não ficou claro o que pretendem construir e há uma mudança de CNPJ constante nos processos. A Engeterra é uma empresa falida, e as multas estão sendo direcionadas a ela, isentando de responsabilidade a atual empresa que iniciou as obras”, reforça José Jacinto. Para Ernesto K. C. Maeda, morador e membro do Conselho Participativo Municipal, todo esse processo exige o máximo de transparência, tanto sobre qual a empresa responsável pelas infrações, um relatório técnico realizado com o máximo de isenção e excelência, assim como os limites legais do terreno”, conclui.

Impacto socioambiental
Conforme havia noticiado a Gazeta de Pinheiros (20 a 27 de julho), as alterações atuais e também o projeto proposto para o futuro trazem grande preocupação, pois uma área com esse perfil ao lado da trilha de Mata Atlântica do Parque de Previdência seria extremamente danoso, com imenso impacto socioambiental.

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