19/05/2023 às 02h07min - Atualizada em 19/05/2023 às 02h07min

​O “deserto” de Pinheiros e o mau uso de prédios públicos

Para Raul Juste Lores, do ‘Canal São Paulo Nas Alturas’, os terrenos da Prefeitura no bairro de Pinheiros são subutilizados. Poderiam ter moradias populares junto com escritórios da administração pública. 
A urbanização da região definida pelo ‘Arco Pinheiros’ teve início com os loteamentos residenciais da Cia. City, apresentando grande impulso com a ocupação das várzeas após retificação dos rios Pinheiros e Tietê, a construção dos ramais ferroviários e do sistema viário das marginais, e com a ocupação industrial associada às atividades cimenteira e atacadista de alimentos.
Em vídeo intitulado “Pinheiros: tem vazio na cara do metrô!  Prédios públicos, garagens e nenhuma moradia!”, disponível no link https://youtu.be/LNdK_iSWbes, Raul Juste Lores faz uma análise do terreno localizado próximo à Marginal Pinheiros. No espaço, há sedes da Subprefeitura de Pinheiros e da Cetesb, por exemplo. Porém, além das diversas repartições públicas, o maior espaço é ocupado por garagens. 
Uma medida para otimizar os terrenos públicos na região, de acordo com o vídeo, seria a construção de edifícios para moradia popular no local, reservando espaços para escritórios que servissem à administração pública. “Políticos de todos os partidos alegam que faltam terrenos em áreas bem localizadas e que desapropriações são lentas e muito caras. Mas o próprio governo é dono de muitos imóveis bem pouco aproveitados”, diz a descrição do vídeo. 
“Um caso gritante é o latifúndio de 150 mil m² diante da Estação Pinheiros. Ali, há décadas há trem, metrô e terminal de ônibus. Nessa vasta propriedade, ficam CET, Subprefeitura, Secretaria de Meio Ambiente, Cetesb e até uma praça abandonada, todas em construções baixas e cercadas por vastas garagens. Por que não fazer moradia em cima e colocar as repartições embaixo?”, apontam.

PIU Arco Pinheiros pode ter solução similar
O Arco Pinheiros tem localização estratégica, situado na confluência dos dois principais eixos que definem a estruturação da metrópole. Contém grandes âncoras urbanas, como a Cidade Universitária da USP e o CEAGESP. O Arco vem passando por intensas transformações nos últimos anos, com adensamento populacional, incremento de atividades de comércio e serviços e intensificação dos congestionamentos, agravando, por um lado, os conflitos de convivência entre o CEAGESP e sua vizinhança e, por outro, limitando suas operações pela saturação de seus acessos, estacionamentos, áreas de estocagem e comercialização, prejudicando ganhos de eficiência e o pleno cumprimento de seu papel para toda a região metropolitana.
Conforme dados do Censo do IBGE e da RAIS, somente entre 2000 e 2010 esses distritos ganharam 19.999 habitantes e 30.578 empregos, representando respectivamente um crescimento de 29% e 60%. A despeito destas transformações, o perímetro ainda tem baixa densidade habitacional e difícil circulação, devido às grandes glebas e a falta de conexão entre as duas margens do rio Pinheiros.
As perspectivas de desenvolvimento urbano da região guardam relação direta com o futuro dessas âncoras urbanas, sobretudo com o entreposto atacadista da CEAGESP. Há um grande potencial de desenvolvimento a partir da definição sobre a modernização de suas atividades ou sua transferência para outras regiões, com implicações na mudança de perfil econômico das áreas industriais da Vila Leopoldina, Jaguaré e Presidente Altino e eventual parcelamento da gleba onde se situa o entreposto. Por outro lado, uma maior integração da Cidade Universitária com as regiões de Pinheiros e Jaguaré, por meio de projetos como o Polo Tecnológico e a Gleba Votorantim, podem criar condições para uma reestruturação econômica relacionada a atividades tecnológicas e de pesquisa aplicada, em um ambiente urbano dinâmico e sustentável.
Nesse sentido, a SP-Urbanismo desenvolveu estudos considerando a potencialidade contida na gleba do entreposto e o impacto de sua transformação no contexto do Arco Pinheiros, consolidados nos estudos técnicos que embasaram o Artigo 159 (Lei 16.402/16).

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