09/02/2023 às 21h30min - Atualizada em 09/02/2023 às 21h30min
“Carnaval de Rua”: da alegria aos problemas com moradores
A festa na cidade se estende exageradamente durante todo o mês de fevereiro, nos dias 11 e 12 (pré-Carnaval), de 18 a 21 (Carnaval) e nos dias 25 e 26 (pós-Carnaval). O mais grave é que a Zona Oeste, com Pinheiros, Vila Madalena, Faria Lima, Butantã, Lapa e bairros vizinhos, tem o maior número de blocos cadastrados, com área de ruas menores concentradas para desfiles. E ainda existem os “blocos clandestinos” de última hora, que sempre dão um jeitinho de desfilarem. Em nome da alegria, os foliões tiram o sono e perturbam os moradores com arruaças, brigas com grupos alcoolizados e uso indevido das praças, calçadas, postes e jardins como ‘sanitários públicos ao ar livre. Todos esperam um maior controle da festa de rua pelo poder público, que realizou reuniões com entidades, subprefeituras, CET e comunidade.
15 milhões de foliões
Com desfiles espalhados por todas as regiões da capital e atrações como Lexa, Luísa Sonza, Pabllo Vittar, Pocah e Michel Teló, o Carnaval de Rua 2023 promovido pela Prefeitura de São Paulo deve reunir 15 milhões de foliões na cidade. Ao todo, foram cerca de 670 desfiles cadastrados. A divisão por região/subprefeitura, até o momento, é a seguinte: na Zona Oeste, são 145 desfiles, sendo 74 em Pinheiros, 47 na Lapa e 24 no Butantã. No Centro, o total é de 121 desfiles, na Zona Sul, 102, na Zona Norte, 76 e na Zona Leste, 68.
Megablocos
No circuito dos megablocos estão a Rua da Consolação, Av. Luís Dumond Villares, Av. Brigadeiro Faria Lima, Av. Marquês de São Vicente, Av. Pedro Álvares Cabral e R. Laguna. Já nos circuitos de blocos grandes e médios estão a Av. Helio Pellegrino, R. Henrique Schaumann, Av. Paulo VI/Sumaré e Av. Ver. Abel Ferreira. *Neste ano, não haverá desfiles no Largo da Batata e nas avenidas Engenheiro Luiz Carlos Berrini e Tiradentes.
Depoimentos já apontam eventos e problemas
“No último dia 4- Grito de Carnaval do Pirajá (unidade da Padre Carvalho). Sabemos que o trânsito ficou complicado nessas situações. Qualquer nova irregularidade deve ter registro fotográfico ou em vídeo (ruas bloqueadas, ambulantes, pancadão) e enviado aos poderes públicos”. B.B.
“Prefeitura em parceria com a PM e a GCM agiram de forma rápida e efetiva para desimpedir as vias, defronte o Pirajá, tomadas pelos ambulantes irregulares. A invasão de ambulantes teve como estímulo o evento ocorrido. Agradecemos o time da prefeitura, da PM e da GCM que nos devolveram a rua. Fica a pergunta, um evento como o do Pirajá cabe nesse local?”. L.M.
“Outro evento dia 4 na rua Antônio Bicudo, em uma daquelas travessas em frente ao Colégio Fernão Dias! Tudo fechado... e os moradores ‘sitiados’ como sempre! Nem São Pedro ajudou com a chuva. Hora para alagar tudo”. A.M.
“Uma pena que as matérias de TV e jornais diários só contemple as ‘falas’ de moradores da Vila Madalena. Somos um bairro imenso e os problemas do Carnaval atingirão todos nós, trabalhadores, comerciantes, comunidade, muitas vezes de formas diferentes. Enfim, nós, ‘os outros’, seguimos unidos e tentando obter as informações mais precisas possíveis para transmitir pelas redes sociais e com demandas no MP e Secretaria de Cultura.” E.O. (Grupo SOS Moradores de Pinheiros e Vila Madalena).
Restaurantes na região têm impacto
De acordo com pesquisa do Grupo 1 de Jornais-Gazeta de Pinheiros e ‘Folha de São Paulo’, restaurantes sofrem o impacto da presença dos foliões na região. Em virtude do elevado número de blocos, muitas empresas da Rua dos Pinheiros e adjacências atingidas pelo roteiro do ‘Carnaval de Rua’, fecham as suas portas para impedir depredações e invasões de domicílio. Moradores de condomínios, ficam restritos a entrada e saída de carros, e pedestres perdidos na multidão dos foliões a qualquer hora do dia ou noite.
Ônibus especiais para o sambódromo
A SPTrans, responsável pelos ônibus da capital paulista, montou um esquema especial de transporte para atender ao público dos desfiles das escolas de samba realizados no Sambódromo do Anhembi. A ação vai vigorar até o dia 29 deste mês. Duas linhas de ônibus especiais foram ativadas para facilitar o deslocamento do público ao evento, ligando o Sambódromo às estações Tietê e Barra Funda do Metrô. O valor da passagem é o mesmo da tarifa básica do sistema - R$ 4,40 - e os ônibus aceitarão todas as modalidades de Bilhete Único normalmente.
