22/03/2019 às 15h42min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h52min

Empoderamento vem de berço

Nunca se falou tanto em empoderamento feminino como nos dias atuais. E no mês da mulher, temas como relacionamento abusivo, baixa autoestima e valorização da mulher se tornam protagonistas. Mariana Zanotto, assessora familiar, doula e especialista em cuidados na primeira infância, defende que esses são assuntos que devem ser falados desde cedo com as crianças e indica como os pais podem criar mulheres mais fortes com simples atitudes logo nos primeiros anos de vida. Aposte em atividades com estímulos variados para as meninas Em estudos, percebeu-se que os brinquedos rotulados de acordo com cada gênero fortaleciam e estimulavam funções em partes diferentes do cérebro, no caso, os brinquedos das meninas estavam associados à atratividade física, nutrição e habilidade doméstica, enquanto os brinquedos dos meninos eram classificados como violentos, competitivos, excitantes e um tanto perigosos. Já, os brinquedos classificados como educativos e que desenvolvem habilidades físicas, cognitivas, artísticas e outras para crianças eram tipicamente classificados como neutros ou moderadamente masculinos. “Isso significa que estamos estagnando o desenvolvimento neurológico das nossas crianças”, explica a especialista. Evite rotular comportamentos e sentimentos Para construir um relacionamento respeitoso e confiança entre cuidadores e meninas, aprenda a escutar sem julgar. Isso deve ser aplicado em todos os relacionamentos, porém, o mundo feminino está repleto de estigmas. Incentive sua filha a calcular e assumir riscos Crie uma mentalidade de crescimento e reforce que elas são capazes de alcançar qualquer um de seus sonhos. Ser mulher não é uma doença. É preciso parar de tratar isso como um impedimento para vencer barreiras. Por isso, quando sua filha quiser sair de casa, ensine como pagar contas. Quando ela demonstrar interesse em uma profissão, ofereça informações sobre o tema. Quando ela quiser abrir um negócio, seja o primeiro cliente. Jamais coloque uma menina contra a outra Ajudem suas filhas a fortalecerem o vínculo com outras mulheres. Precisamos olhar umas para as outras com empatia e não com indiferença. Atividades em grupos ou times como cabo de guerra, queimada, futebol, vôlei, handebol, ginástica olímpica, que cultiva a competitividade de forma saudável e direcionada ao trabalho em equipe, são ótimas opções para fortalecer esses vínculos. Fuja da “síndrome da boa menina” Obediência e respeito são coisas diferentes. Quando passamos anos martelando na cabeça de nossas filhas que elas devem ser “boas meninas” isso traduz para “obediência”. O problema é que eventualmente nós deixamos de ser a figura de autoridade na vida de nossas filhas, e quando isso acontece, o perigo está na possibilidade delas se meterem em relacionamentos com pessoas abusivas e, adivinha? Por “ser uma boa menina”, ela pode enfrentar dificuldades para sair dos mesmos relacionamentos. Incentive que elas digam “não” sem ter medo de machucar os sentimentos alheios. Fortaleça sua autonomia e admire sua determinação. Fonte: Mari Zanotto, assessora familiar, doula e especialista em cuidados na primeira infância (www.marianazanotto.com.br)


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