26/08/2021 às 22h18min - Atualizada em 26/08/2021 às 22h18min

Continua a briga dos moradores contra a verticalização desenfreada

O processo urbanístico de São Paulo vem sofrendo uma verticalização sem limites, principalmente na zona oeste, com invasão das construtoras principalmente em Pinheiros, Vila Madalena e Butantã. Os bairros, por sua infraestrutura, acabam tendo um volume grande de substituições de casas por edifícios. Moradores locais apontam seu descontentamento com o fato e estão mobilizados pela entidade Pró Pinheiros, acionando o prefeito Ricardo Nunes. O ex vereador Nabil Bonduki relator do Plano Diretor, que vem causando tantos problemas aos moradores, tenta explicar o inexplicável. As incorporadoras não se intimidam e querem comprar tudo a sua frente, em uma concorrência sem limites. Moradores locais apontam assédio de construtoras Integrantes da entidade Pró Pinheiros, que reúne doze associações de moradores, promove um abaixo assinado que já tem mais de 2.500 assinaturas. Nos últimos dois anos, mais de 130  novos edifícios com alturas média e alta (verdadeiros espigões) foram aprovados, em Pinheiros segundo a Secretaria Municipal de Urbanismo. Brechas no Plano Diretor A Zona de Eixo de Estruturação da Transformação Urbana aprovada no Plano Diretor de 2014, são as que oferecem grande oferta de transporte no entorno, e que não há limite de altura para os prédios e as construções podem ter quatro vezes a área do terreno. ‘Quadrilátero das Vilas do Sol’ e outros Aí que começa a “briga”, pois o ‘Quadrilátero das Vilas do Sol” com mais de 200 moradores e 48 residências está incluído, pois é formada pelas ruas dos Pinheiros, Matheus Grou, Artur de Azevedo e Virgílio de Carvalho Pinto e seus moradores são os que mais recebem os assédios das incorporadoras, que são contínuos. Vejam as declarações dos moradores “Não temos paz! Eles querem transformar toda Pinheiros em prédios entre prédios, com recuos mínimos e gabarito de altura sem limites. Temos que dar um basta! A ‘Cyrela‘ passou as dicas para ‘Zabo Engenharia‘ que já comprou o acervo judaico e algumas casas na Mateus Grou, sem respeito ao único quadrilátero baixo do bairro. Deve ser preservado como o miolo dos cafés, restaurantes e lojinhas que atraem tantos visitantes, porque destruir o que já dá certo a tanto tempo? Para construir mais torres envidraçadas?  Se aproveitando de brechas do Plano Diretor Estratégico de SP, de construir e construir sem planejamento, por estar próximos dos eixos de transportes. Não queremos verticalização inadequada. Basta de licenciamentos de edifícios com gabaritos de altura sem limite. Queremos ser capazes de ver o céu e o sol! “ Nabil Bonduki tenta explicar o inexplicável O ex vereador e pinheirense Nabil Bonduki, foi relator do Plano Diretor de 2014 da administração Fernando Haddad, esta semana afirmou: “Proteger do processo imobiliário lugares significativos para a memória e afetividade da cidade, como a Mercearia São Pedro, é urgente. O Plano Diretor criou instrumentos para isso, como a Zepec-APC, mas nem a prefeitura nem a sociedade tem se mobilizado para utilizá-los. O tombamento da Chácara das Jabuticabeiras, que foi votado dia 21/8 no CONPRESP, protegendo essa encantadora vila, mostra um caminho para compatibilizar o necessário adensamento junto ao transporte coletivo com a preservação cultural, ambiental e urbana. Identificar e proteger esses lugares, como as vilas residenciais e pontos culturais e sociabilidade de referência para a comunidade é fundamental para a cidade se adensar sem perder seu encanto e autoestima”. Moradores rebatem e protestam “A ganância das construtoras não tem limites. Onde estão o Plano Diretor, o planejamento urbano, o respeito ao cidadão? Onde isso vai parar? ”J.C.C. “O PDE deveria servir a cidade, fazê-la melhor, mas o setor imobiliário é que controlar a prefeitura.” R.B. “Entrem na página do SECOVI e lá você entenderá que os incorporadores e a prefeitura estão supostamente alinhados num plano bem sinistro.” V.Z. “Temos que dar um basta nesse absurdo. Vila Madalena também está no mesmo barco.” C.A.M. “Se junte ao Facebook Pró Pinheiros e também no  @propinheiros e estamos tentando nos organizar, simplesmente porque não temos voz para expressar o abuso, o absurdo!” R.B. “É possível entrar com uma ação popular contra essas construtoras? As assinaturas poderiam ser coletadas nos locais ameaçados. Não se dá dois passos na rua dos Pinheiros sem que venham várias pessoas entregar folhetos dessas obras. Se tiver um arquiteto nesse grupo, poderia cobrar uma posição do IAB ou do CAU. Essa situação tem que ter um basta. Querem repetir a experiência desastrosa da Vila Olímpia.” S.B.B. “Um absurdo essa ‘invasão’ desenfreada de prédios. A Vila Madalena não suporta mais tantos prédios, com gabaritos a vontade das construtoras, ruas estreitas. O sol em algumas propriedades desapareceu. O Plano de Bairros, não tem - Plano Diretor .” C.C.F. “E o Butantã está ficando igual...”C.V. “Não sei não. São muitos prédios bem altos e tapumes. As ruas Alvarenga, Camargo, Vital estão tomadas.” C.V. “Já viram os bairros de Perdizes e Vila Pompéia? A situação é a mesma...” P.G. “E assim vão descaracterizando os bairros, tirando o comércio de rua, os antigos moradores, para no local instalar um paliteiro de prédios.” E.A. “Quem fez esse plano diretor foi o Haddad lembram? Na época todos se calaram e bateram palmas.” M.S.U. Plano Diretor estimula adensamento em grandes vias O Plano Diretor de 2014 (Lei Municipal nº 16.050/14) teve como uma de suas principais estratégias territoriais para equilibrar a oferta de emprego e moradia a demarcação dos Eixos de Estruturação da Transformação Urbana. Para estimular o adensamento populacional e construtivo ao longo dos Eixos, o PDE definiu que poderá ser construído mais nestas áreas do que comparado ao restante da cidade. “Assim, combina-se desenvolvimento urbano, com mobilidade, com redução da emissão de gases poluentes e novos empreendimentos imobiliários mais amigáveis com o térreo e espaço público. Os eixos foram demarcados pelo PDE ao redor das estações de metrô, atingindo as quadras em um raio de 400m a partir da estação, além de quadras inteiramente contidas em uma circunferência 600m a partir da estação”.


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