Organizadas extraoficialmente, inúmeras festas vêm aparecendo nas ruas da Vila Madalena e Pinheiros. Convocados via redes sociais, os eventos reúnem até milhares de pessoas sem que haja preparação estrutural nas vias da região. Para este sábado, está marcado mais um evento, desta vez no Largo da Batata. A Subprefeitura Pinheiros informa que, no sábado passado (9), o que tomou as ruas foi um “pancadão organizado pelas redes sociais, sem a respectiva autorização, levando mais de 10 mil pessoas ao local”. Diante dessa situação, a Subprefeitura acionou equipes de fiscalização contra comércio ambulante irregular, solicitando apoio da Guarda Civil Metropolitana (GCM), inclusive para garantir a segurança de todos. Desde janeiro, eventos como este têm acontecido no bairro. Moradores, entretanto, questionam a presença de blocos na região. Monica Lauber, no facebook da Gazeta de Pinheiros, na época, questionou, por exemplo, a presença de blocos que vão desfilar em Santa Cecília fazendo aquecimento em Pinheiros. “Ainda estamos em 13 de janeiro e já tem pré-carnaval para o desespero dos moradores dos prédios ao redor da praça”, afirmou Monica. Na época, a Subprefeitura Pinheiros esclareceu que blocos inscritos no Carnaval de Rua 2019 podem ensaiar em espaços públicos mediante autorização prévia. O ensaio da Charanga, porém, não tinha autorização. “A Subprefeitura está apurando os fatos e tomará as medidas cabíveis. Além disso, foi publicado no Diário oficial da Cidade o guia de regras para blocos de rua, contendo informações sobre horários de dispersão, publicidade e obrigatoriedades”, esclareceram. Os eventos deste fim de semana, entretanto, tomaram um contorno pior. Foram notados focos de brigas com baderneiros e pessoas foram encaminhadas à Delegacia, para prestar depoimento. A Subprefeitura esclareceu que “quando uma ambulância chegou ao local para socorrer uma vítima, começou uma briga generalizada, o que obrigou a GCM intervir e após receber reforço de efetivo conseguiu desobstruir as vias por volta das 21h30”. Este evento não era ligado ao Carnaval. Desse modo, a Subprefeitura afirma que, “em conjunto com polícia, irá tentar identificar os responsáveis pela organização do evento e puní-los”. Para amanhã (16), um novo evento está marcado para acontecer no Largo da Batata. A administração local afirma já estar ciente e trabalhando na questão. “A Subprefeitura Pinheiros informa que está ciente a respeito do ‘pancadão’, marcado pelas redes sociais, que acontecerá neste sábado (16), no Largo da Batata. Desde então, a Subprefeitura tem realizado reuniões internas com os setores de fiscalização para definir as medidas cabíveis. Além disso, a GCM e a PM estão cientes para organizar estratégias de ação, que serão estabelecidas até esta sexta-feira (15)”, esclarecem. Reduto do Carnaval A Rua dos Pinheiros, a Vila Madalena e o Largo da Batata nos últimos anos se consolidaram como principais redutos do Carnaval de São Paulo. No entanto, com o desfile de blocos durante todo o feriado e nos finais de semana anteriores e posteriores às datas oficias da festa, o comércio local afirma ter sido prejudicado em virtude dos seis dias em que a via permaneceu interditada. Somente no Pré-Carnaval (dias 3 e 4 de fevereiro), Carnaval (de 10 a 13) e no Pós-Carnaval (17 e 18) algumas ruas ficam no total oito dias sem abrir as portas ou com prejuízos em virtude da baixa demanda de clientes. Agora esperam que o mesmo não se repita esse ano e que os desfiles tenham horário pré-marcado e não simplesmente interromper o tráfego durante todo o dia. Por sua vez, moradores da Vila Madalena e próximos ao Largo da Batata, querem uma maior fiscalização nos horários permitidos, atuação maior da polícia e instalação adequada dos banheiros químicos, pois os foliões urinam em jardins, postes e na frente das residências. 2019 Para o Carnaval de Rua SP 2019, a expectativa é que a festa reúna mais blocos e um público ainda mais expressivo, lembrando que o Carnaval desse ano bateu o recorde de foliões em São Paulo, cerca de 9 milhões de pessoas percorreram as ruas da cidade guiadas pelos 433 blocos de rua que agitaram o feriado. Estão sujeitos à penalidade os blocos, cordões carnavalescos, bandas ou similares que descumprirem os acordos de datas, horários e trajetos aprovados com os respectivos órgãos competentes e a Comissão Intersecretarial. Para o ano seguinte, o bloco não terá prioridade em escolher a data e o trajeto do desfile, ficando a critério da organização a definição. Todo bloco, cordão carnavalesco, banda e/ou similares, de acordo com o número de foliões, deve ter em sua equipe obrigatoriamente durante todo o trajeto, para segurança do trio elétrico, músicos, integrantes do bloco e carros de apoio, bombeiro civil, seguranças e equipe de produção. Para 5 mil participantes, são um bombeiro civil, dois seguranças e, no mínimo, três membros na equipe de produção. Para 10 mil, respectivamente, são dois, quatro e cinco. Já para mais de 15 mil foliões deve ser apresentado um plano de operação do desfile com plano de segurança, resgate, isolamento, orientação de público e equipe de produção, e ficam sujeitos a aprovações dos órgãos competentes ou da Comissão Intersecretarial.
