12/08/2021 às 21h50min - Atualizada em 12/08/2021 às 21h50min

Pinheiros comemora 461 anos sempre se reinventando

Um dos bairros mais culturais e receptivos de São Paulo comemora seu aniversário tendo que (mais uma vez) se reinventar. De origem que nos ligam a comunidades indígenas ao contundente processo de verticalização atual, Pinheiros passa seu aniversário buscando processos para amenizar os problemas da pandemia. Ao longo dos últimos 65 anos, a Gazeta de Pinheiros acompanhou a vocação da região para melhorar sempre. Mercado das Batatas No início, com trajetos criados em barro, mercantes levavam e traziam o que era possível vender no Mercado das Batatas desde todas as partes das vilas que iam se criando. Esta aldeia, por ficar na margem do Rio, começou a servir de local estratégico para viajantes. Por volta do ano de 1600, o chamado Caminho de Pinheiros (atual Consolação) era um dos principais pontos da Vila de São Paulo, pois ligava essa região a outras áreas mais distantes. Começam a surgir casas e criam-se ruas. Ciclo do café O grande progresso da região, porém, só ocorreu a partir do ciclo do café no Brasil, entre o final do século XIX e o começo do século XX. Foi o dinheiro proveniente da exportação do produto que proporcionou o avanço do bairro. Nas primeiras décadas do século XX houve a fundação do Mercado Caipira, da Sociedade Hípica Paulista e da Cooperativa Agrícola de Cotia. O surgimento destas instituições e a ampliação infraestrutural (transportes, água, luz) intensificaram o desenvolvimento. Gastronomia Começam a surgir os edifícios e o comércio local se amplia. A cidade vem vindo e Pinheiros é uma pequena amostra disso. Nas páginas da Gazeta de Pinheiros  acompanhamos a substituição dos casebres por edificações mais sólidas, que dão espaço ao comércio. O bairro começa a receber artistas e intelectuais. A boemia surge. Com ela, começa um número crescente de pontos gastronômicos. Pinheiros destaca-se como hub culinário em uma das cidades mais gastronômicas do mundo. Ruas de móveis, instrumentos musicais e muito mais Pinheiros é conhecido no município por ter a rua dos móveis, dos instrumentos musicais, dos restaurantes, dos bares; ou seja, um bairro que colhe muitas caras e vive se modificando. E sempre que teve um desafio, Pinheiros soube se reerguer. A estrutura vai se desenvolvendo. É difícil de imaginar, hoje, para quem passa pela Avenida Rebouças que, antigamente, ali era um caminho de lama, por onde carros-de-boi eram guiados. Hoje, a Avenida Rebouças é ocupada até mesmo embaixo da terra. A Linha 4 – Amarela do Metrô segue seu desenho e auxilia no deslocamento pela cidade, com quatro estações (Paulista, Oscar Freire, Fradique Coutinho e Faria Lima) em seu contorno. Essa facilidade de acesso também configura em um dos motivos do desenvolvimento do bairro de Pinheiros. Além disso, oferece a seus moradores e visitantes uma grande oferta de opções de lazer. O bairro possui duas bibliotecas municipais: a Biblioteca Alceu Amoroso Lima, que possui um acervo da memória do bairro para consulta e a Biblioteca Álvaro Guerra, que reúne depoimentos de moradores sobre suas histórias de vida e do bairro em sua Estação Memória. Na área cultural, ainda serve de residência para centros como o Sesc Pinheiros e o Instituto Tomie Ohtake, o Centro Brasileiro Britânico, o Goethe-Institut e o Centro da Cultura Judaica, por exemplo. Além disso é lar do Complexo do Hospital das Clínicas de São Paulo, que é o maior e mais importante complexo médico-hospitalar da América Latina. Hoje Pinheiros é um dos lugares mais sofisticados de São Paulo. Reduto da classe média e alta, possui uma rede comercial grande (com os maiores shoppings) e diversificada. Uma intensa vida cultural, além de ter seus caminhos cruzados por ciclovias, que facilitam o deslocamento para os ciclistas. Nesta celebração, a Gazeta relembra a todos para prestigiar sempre o comércio local. Reestabelecer os laços de comunidade pode ser um dos grandes ensinamentos desta pandemia.


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