O Piscinão Francisco Morato, de acordo com indicação de moradores locais, exala um cheiro insuportável por toda a região. Há esgoto acumulado junto com lixo a céu aberto em seu interior com “agua verde” pútrida. A Prefeitura reitera que fez limpeza no dia 30 de março, porém, registros fotográficos apontam ao contrário. A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) e a Coordenadoria Regional (CRS) Oeste informam que foi realizada a vistoria do referido piscinão, no dia 17 de março, e não foram encontradas condições para proliferação de animais sinantrópicos, mas fotos mostram criadouros de insetos que podem provocar a dengue, o zika vírus e a chikungunya e colocam supostamente em dúvida o trabalho dos profissionais, principalmente neste tempo de pandemia. Subprefeitura do Butantã que responde pelo local, não se manifesta e nem toma providências. Secretaria da Comunicação responde de maneira genérica e desconhece o fato real. Piscinões evitam enchentes, mas são criadouros de insetos Quando chove demais os córregos enchem rapidamente e podem transbordar, provocando inundações nas áreas vizinhas. É para evitar isso que os piscinões são construídos, para armazenar o excesso de água e, consequentemente, evitar enchentes. Na média contam com uma capacidade total de 5,3 milhões de m³. No entanto, eles precisam estar sempre livres dos detritos e do lixo que costumam chegar junto com as águas e que podem reduzir sua capacidade de armazenamento. Sobre a situação do Piscinão Francisco Morato, a Prefeitura informou que “o contrato de limpeza de Piscinão desta Subprefeitura encontra-se suspenso”. Qual é o motivo da suspensão? Questionada sobre a previsão de retomada ou renovação do contrato, a Prefeitura não respondeu. Limpeza A Prefeitura de São Paulo, por meio da Subprefeitura Butantã, informa que, somente em 2020, em relação ao Piscinão, foi efetuada a limpeza em uma área de 3.789 m². Foram recolhidas 3.796 toneladas de detritos. No mesmo período de 2020, foram limpas 6.163 bocas de lobo e poços de visita. Já em 2021, entre janeiro e março, foi feita a limpeza em uma área de 725 m². Foram recolhidas 1.488 toneladas de detritos. No mesmo período de 2021, foram limpas 1.048 bocas de lobo e poços de visita na região. Fotos apontam acúmulo de água suja. Subprefeitura precisa tomar providências Entretanto, registros fotográficos feitos pela reportagem do apontam para o acúmulo de esgoto e ‘água verde’ parada no local. Os rios Pirajuçara e Poá, onde estão os dois Piscinões (Francisco Morato e Campo Limpo) ficam com seus leitos mais elevados. Assim, quando enchem os piscinões, as águas precisam ser “bombeadas” artificialmente de volta ou retiradas com caminhões tanque, o que não está acontecendo. A Subprefeitura tem conhecimento do fato? Sabe se tem bombas no local? Se estão funcionando? Moradores sugerem que a subprefeita Janaina Lopes De Martini se dirija até o local, tome conhecimento para sentir o cheiro fétido o ano inteiro e notar a poluição que causa como um criadeiro de insetos. Questionados sobre o acúmulo de água, o Executivo informa que o contrato de limpeza de Piscinão desta Subprefeitura encontra-se suspenso. Não foi informado prazo para restabelecimento do serviço. Edital No dia 29 de fevereiro de 2020, a Prefeitura publicou, no Diário Oficial do Município, o edital da Parceria Público-Privada (PPP) de piscinões (ou reservatórios de águas pluviais) da capital. Porém, o da Francisco Morato não constou no edital, portanto é a Subprefeitura do Butantã que é responsável pela manutenção e limpeza do local, o que não está sendo feito, segundo os moradores locais.