29/05/2020 às 19h12min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h32min

Filhos: quer um manual?

Sinto informar, mas não existe manual para criar filhos! Claro que vocês, pais, mães, avós, já sabiam disso! Criar filhos é um desafio diário, eterno e depois de toda jornada, quando adultos, muitos se tornam uma caixinha de surpresa: às vezes com bons resultados, mas noutras fogem ao que se esperava. Os pais, como era de se esperar, se questionam e carregam uma culpa que nem sempre lhe pertencem. O que os pais precisam entender é que quando seu tão esperado filho nasce não se deve criar muitas expectativas quanto ao seu futuro, porque assim que ele estiver trilhando seu caminho sozinho, vai fazer o que achar melhor para si. Se dará certo ou errado não depende somente de você. Logicamente que os valores passados, as regras, os limites, o respeito, o ambiente em que está inserido, aqueles que estão em torno dele, tudo tem sua influência e se faz necessário. Entretanto, existe um componente interno, que é dele, e essa somatória é que vai resultar num determinado indivíduo. O filho muda e pode ficar melhor, pior, diferente...Você me pergunta: mas esse interno pode modificar? Sim, pode melhorar muito ou até se modificar, dependendo da intensidade desse componente interno e as ferramentas utilizadas para ajudar na mudança. Passe a ter um olhar diferenciado no seu filho desde pequeno, já quando ele começar a andar. Faça uma avaliação, observe as atitudes dele, principalmente as negativas. Quando eu, como profissional, começo a atender uma criança, ressalto na minha ótica todas as problemáticas que os pais trazem e projeto anos à frente, pois são estas que podem superar as positivas e intensificando o comportamento indesejado. Sabemos também que os genitores procuram fazer o seu melhor, claro, ninguém quer o mal do próprio filho. Mas, infelizmente, tenho que ser transparente e afirmo com toda confiança que os pais têm uma grande responsabilidade nos resultados desse comportamento e de forma “quase inocente”. “Quase inocente?” Sim, porque em nome do amor, muitas situações vão sendo justificada, vou citar alguns exemplos: - Percebe o comportamento mas acredita que vai passar; - Tenta melhorar o comportamento do filho, mas desiste no meio do caminho; - Não enxerga claramente porque tem um olhar mais emocional do que racional; - Não tem autoridade suficiente para se fazer entender e obedecer; - Não busca ferramentas para conduzir melhor suas atitudes; - Se desgasta utilizando as mesmas ferramentas que não têm mais resultados; - Demora muito para tomar uma atitude e ele cresce rápido; - Ouve a professora, um parente, uma amigo criticar seu filho e enraivece. Avalie sua forma de educar constantemente Lembre-se: criamos os filhos para o mundo! Ouço isso em todos os atendimentos, pois na teoria todos sabem que deveria ser assim, contudo, na prática, não acontece desta forma. Como está o comportamento do seu filho? Você está utilizando ferramentas que lhe trazem os resultados desejados? Se perceber algo errado, seja mais imediatista, procure resolver logo, porque quanto maior ele fica, mais o problema se enraíza, dificultando a mudança de comportamento. Texto de Cristine Lima dos Santos, psicóloga clínica e diretora da Clínica Eubiose Integração em Saúde (Instagram: @clinica.eubiose)


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