28/05/2020 às 20h42min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h32min

Áreas verdes continuam sendo destruídas na zona sul

Os policiais da Guarda Civil Municipal flagraram, no último dia 23, um grupo derrubando árvores na avenida dos Funcionários, na Chácara da Enseada, zona sul. Durante a ação foram presas sete pessoas e apreendidas motosserras e dois caminhões, carregados com toras, além de outra grande quantidade de eucaliptos cortados. O caso foi para  o 47º DP e os infratores, autuados pela prática de crime ambiental.   Mata Atlântica A zona sul possui fragmentos de vegetação nativa de Mata Atlântica. Por este motivo, a Guarda Civil realiza constante fiscalização nos distritos de Jardim Ângela, Cidade Dutra, Grajaú, Marsilac e Parelheiros.   Estudo Levantamento indica que 1,2 milhão de árvores foram mortas apenas em São Paulo nos últimos seis anos. Sem a cobertura vegetal nas áreas mais afastadas da zona sul, leste e norte da cidade, nascentes são aterradas, cursos de água e córregos deixam de existir, o que compromete os mananciais de água que abastecem principalmente as represas da Guarapiranga e Billings, responsáveis pelo fornecimento de água a grande parte da população da Região Metropolitana de São Paulo.   A devastação da Mata Atlântica Esta é uma das conclusões do dossiê “A Devastação da Mata Atlântica no Município de São Paulo” (2ª Edição, 454 páginas), cujo lançamento foi feito nesta segunda-feira (27) pelo vereador Gilberto Natalini (PV-SP). O documento traz 160 áreas desmatadas. Ao todo, 7,2 milhões de metros quadrados de florestas paulistanas já foram ao chão. Uma área ainda maior está sob séria ameaça, caso o poder público continue omisso. Loteamentos clandestinos O dossiê apresenta fotografias de satélite mostrando o “antes” e o “depois” da destruição da Mata Atlântica, além de imagens de drone e fotos obtidas nos próprios locais onde organizações criminosas devastam a cobertura vegetal para implantar aterros e loteamentos clandestinos (ao todo quase 700 fotografias). Estes terrenos são vendidos ilegalmente, na maioria das vezes a pessoas simples que se desfazem de suas posses para comprá-los. Adquirem lotes sem documentação e o poder público não toma providências eficazes.   CPI na Câmara Natalini pediu a instalação de uma CPI para investigar a devastação sistemática da Mata Atlântica na cidade. Não foi atendido. O dossiê traz depoimentos de 52 testemunhas sigilosas – homens e mulheres, a maioria moradora das regiões devastadas no extremo da zona sul. Juntas, essas pessoas citaram, direta ou indiretamente, 75 suspeitos de cometer crimes ambientais e outras ilegalidades, como crimes de corrupção. As testemunhas não terão suas identidades reveladas por segurança.   MP e as investigações Agora cabe ao Ministério Público conduzir as investigações que se fizerem necessárias e tentar acabar de vez com a derrubada avassaladora de árvores na nossa Mata Atlântica e, assim, interromper a grave destruição do meio ambiente que está em curso no município de São Paulo.   Mata Atlântica Segundo o documento, todos os dias dezenas de árvores da Mata Atlântica são criminosamente derrubadas no município de São Paulo. A maior parte da cobertura vegetal vai ao chão na zona sul da cidade para que organizações criminosas implantem loteamentos clandestinos em áreas de proteção ambiental.   Bairros clandestinos De acordo com as informações fornecidas, se as “organizações” que derrubam a Mata Atlântica em São Paulo para pôr no lugar bairros clandestinos continuarem livres para agir, temperaturas elevadas e poluição atmosférica substituirão árvores, e esgotos a céu aberto e águas contaminadas tomarão os cursos de água, córregos e do que ainda resta de água limpa que chega às represas da Guarapiranga e Billings. Milhares de nascentes que abastecem as duas represas vão desaparecer. Se nada for feito, terá sido esse o “desenvolvimento” do extremo da zona sul.


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