23/09/2021 às 23h25min - Atualizada em 23/09/2021 às 23h27min

Aos queridos anti-heróis da cultura pop

A nova missão de O Esquadrão Suicida é derrubar o ditador que governa Corto Maltese, análoga à ilha cubana. Na verdade, o objetivo por trás da maior canalha do longa dirigido por James Gumm e da própria DC Comics, Amanda Waller (Viola Davis), é destruir evidências do Projeto Estrela do Mar. Starro, o Conquistador, foi a grande ameaça alienígena que reuniu a Liga da Justiça pela primeira vez na clássica HQ: The Brave and The Bold 28 em 1960, devido a sua incrível capacidade de controlar a mente dos seres humanos. A missão suicida conta com a participação especial de Alice Braga, em um roteiro bem trabalhado dessa vez, a fim de quebrar a nossa expectativa a todo momento, pois, heróis e vilões morrem quando menos se espera. Arlequina (Margot Robbie) munida de uma simbólica lança do destino, lidera o humor inteligente da trama, contendo os sarcasmos do Pernalonga, a pureza de Forrest Gump, a sensualidade inocente de Marilyn Monroe e até as pérolas do Chaves, sempre com a última palavra na discussão pastelão. Tubarão-Rei que aparece discretamente nas recentes animações da DC e na série do Flash da CW, revela-se na dublagem de Sylvester Stallone, um ser amargurado de coração partido à procura de um amigo. O Pistoleiro narcisista (Will Smith) foi substituído por um Sanguinário pacificador (Idris Elba) ao invés de um Pacificador sanguinário (John Cena) que terá série própria também na HBO Max. Por fim, a verdadeira apaziguadora que “salvou o mundo” na onda da comédia absurda Marte Ataca! foi a “flautista” Caça-Ratos 2 (a revelação portuguesa Daniela Melchior) que orientada pelo pai, o Caça-Ratos 1 (Taika Waititi), venceu os ratos da política, impregnados no laboratório daquela ilha desde a Guerra Fria durante o governo Kennedy. Após reinventar o Universo Cinematográfico da Marvel com o Homem de Ferro em 2008, Jon Favreau ressuscitou a franquia Star Wars após o fracasso da nova trilogia progressista que deturpou a mitologia clássica. O Mandaloriano (Pedro Pascal) pertence a uma raça milenar de guerreiros rivais dos Jedi, cuja série disponível no Disney Plus foi ambientada em cenários que lembram a primeira trilogia clássica, cinco anos após O Retorno de Jedi, incluindo a terra do Povo da Areia do planeta Tatooine. O mercenário de armadura resistente, munido de tecnologia avançada, atua por princípios, seguindo um código rigoroso de conduta. Assim como George Lucas, Favreau bebeu da fonte do amigo de John Ford, Akira Kurosawa, principalmente da sua primeira obra-prima, A Fortaleza Escondida, e do clássico, Os Sete Samurais, além de saborear o Western Spaghetti, inventado por Sergio Leone, envolto na trilha sonora de Ennio Morricone,  protagonizado por Clint Eastwood. Ocorre que as missões corriqueiras do tímido caçador de recompensas, ganham um novo propósito com a chegada do Estranho Sem Nome, apelidado de Baby Yoda, que vai ao encontro dos Rebeldes da animação homônima que lutaram antes, durante e depois da Guerra dos Clones. Com apenas duas temporadas a série despretensiosa concorreu ao Emmy no último domingo (19), encantando os fãs mais pessimistas da franquia tão maltratada nas últimas décadas. A primeira temporada de Falcão e o Soldado Invernal revelou o óbvio: Steve Rogers é insubstituível e os dois protagonistas continuam agindo como coadjuvantes. De fato, o lado sério do Falcão (Anthony Mackie) não convence, enquanto o Soldado Invernal (Sebastian Stan), um dos melhores vilões do UCM, enfraquece no papel de galã redimido, perdendo até para o complexado Agente Americano (Wyatt Russell, o filho de Kurt Russell) antes e depois de tomar o soro do supersoldado. Contudo, é interessante observar o lado humano de Bucky Barnes no divã e Sam Wilson tendo um empréstimo financeiro recusado pelo banco após a morte de Tony Stark. A única atuação convincente é a do Barão Zemo (Daniel Brühl), desvalorizado durante a Guerra Civil. Sharon Carter (Emily VanCamp) e as guerreiras de Wakanda lideradas por Ayo (Florence Kasumba) tem participações pontuais com ótimas cenas de ação. Apátrida, a organização terrorista e globalista, disfarçada de comunista, a começar pelo símbolo, é nitidamente absolvida no final. Lacração desnecessária e muita política abordando questões pesadas sobre racismo sem sutileza alguma para uma série de super-heróis em um canal infantil Após tentar roubar o Tesseract numa realidade alternativa de Vingadores: Ultimato, Loki (Tom Hiddleston) é preso por agentes do tempo, semelhantes aos heróis da série Umbrella Academy e Legends of Tomorrow. A Autoridade de Variância Temporal é uma organização burocrática que funciona fora do espaço-tempo, encarregada de monitorar a linha do tempo, de modo a corrigir possíveis anomalias. Ao contrário de Falcão e o Soldado Invernal, as atuações na primeira temporada de Loki são excelentes, incluindo os agentes Mobius (Owen Wilson), Ravonna Renslayer (Gugu Mbatha-Raw), a mascote-minutos da AVT (Tara Strong) e as versões alternativas do deus da trapaça e da mentira, Kid Loki (Jack Veal) e o Loki clássico (Richard E. Grant), visto nas saudosas animações sessentistas em homenagem ao traço inconfundível de Jack Kirby e Steve Ditko. Lady Loki, a contraparte feminina, Sylvie (Sophia Di Martino) tem uma ótima química com o filho adotivo de Odin, tanto nas cenas de ação quanto nos diálogos a bordo da imitação do Expresso do Amanhã. Até a musa injustiçada do UCM, Lady Sif (Jaimie Alexander) deu as caras em um loop temporal eterno em forma de prisão. Ocorre que a terrível ameaça fomentada amplamente em todos os capítulos, serve apenas de gancho para a próxima temporada no Disney Plus. O forte da série sem carga dramática alguma são as referências canônicas, a fim de agradar fãs assíduos, estudiosos e mais atentos. Pelo menos o multiverso está aberto. Bem-vindo ao verdadeiro Quarteto Fantástico, aos X-Men e a todos os mutantes, finalmente. O Esquadrão Suicida - Nota: 4,5 O Mandaloriano (2019 – 2020) - Nota: 4,5 Falcão e o Soldado Invernal (2021) - Nota: 2,5 Loki (2021) - Nota: 2,5


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