24/10/2023 às 15h52min - Atualizada em 25/10/2023 às 00h00min

Psicólogo esclarece quais fatores contribuem para ataques em escolas

De acordo com Alexander Bez, traumas, violência doméstica e bullying estão entre os principais motivos

Da Redação
Da Redação
Reprodução da internet

Um ataque a tiros dentro da Escola Estadual Sapopemba, na zona leste de São Paulo, deixou uma aluna morta e outros três estudantes feridos na manhã da última segunda-feira (23). A vítima chegou a ser socorrida, mas morreu no hospital. Um aluno de 16 anos, apontado pela polícia como o autor do ataque, foi apreendido no local pela polícia e encaminhado para a delegacia.

O país tem assistido um forte crescimento de ataques de violência extrema em escolas e ameaças de novos eventos do gênero. Este é o 11º ataque em escolas do Brasil deste ano, com um aumento de aproximadamente 57% entre 2022 e 2023, segundo o levantamento da UNICAMP. Todos os crimes foram cometidos por jovens, entre 10 e 25 anos, que possuem histórico como vítimas de bullying na escola, características de isolamento social e indícios de transtornos mentais não diagnosticados e/ou acompanhados.

Segundo o psicólogo Alexander Bez, em casos como esse, o agressor já possui uma mentalidade psicopática. Condições clínicas, perfiladas como “psicopatia traumatizada adquirida”, são resultantes de traumas, violência doméstica, abusos sexuais recorrentes no próprio lar ou até mesmo o bullying, podem estimular ações como um extermínio em massa. Vídeo games de violência e notícias da mídia sobre violência (vendo-as com satisfação e não com desprezo e/ou preocupação) são outros gatilhos extremamente funcionais para a aplicação de uma violência.

Para Alexander, o caminho para prevenir esse tipo de situação é a identificação precoce: “Condutas como isolamento social podem ser um sinal de alerta, assim como o consumo de jogos, filmes e séries violentas. Estar atento às preferências dos filhos é essencial para um psicodiagnóstico específico”, afirma o doutor.

Prestar atenção em casos de bullying é outra dica importante, pois a opressão pode ser o processo inicial inflamatório mental para as ações violentas em relação ao autor que já tinha predisposição para realizar o ataque: “Psiquiatricamente falando, há a necessidade da demonstração de 'força e poder', alicerçada pela certeza de estar fazendo o correto, como também da impunidade”, finalizou o especialista.

Alexander Bez - Psicólogo; Especialista em Relacionamentos pela Universidade de Miami (UM); Especialista em Ansiedade e Síndrome do Pânico pela Universidade da Califórnia (UCLA); Especialista em Saúde Mental. Atua na profissão há mais de 27 anos.


Este conteúdo foi distribuído pela plataforma SALA DA NOTÍCIA e elaborado/criado pelo Assessor(a):
U | U
U


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Comentar

*Ao utilizar o sistema de comentários você está de acordo com a POLÍTICA DE PRIVACIDADE do site https://gazetadepinheiros.com.br/.