19/11/2020 às 23h41min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h20min

CICLO DA VIDA

Quando Lewis Hamilton conquistou o que, para muitos era impossível, igualar o recorde de Michael Shumacher de sete títulos mundiais, o nome do piloto alemão voltou às manchetes mundiais. Após sofrer lesões cerebrais num acidente de esqui em dezembro de 2013, Schumi tem o estado de saúde escondido pela família em sua casa na Suiça, desde então. Cruel destino de um piloto que fez história, que encantou o mundo com suas manobras e que até a conquista de Hamilton, era insuperável. Lembro bem quando noticiei o acidente. O mundo parou para acompanhar o desespero dos fãs e familiares a espera de um diagnóstico. Como num roteiro de filme, Hamilton e Shumacher cruzaram os caminhos dentro e fora da Fórmula 1 ao longo dos anos. Os heptacampeões chegaram a disputar uma etapa do Mundial de Kart bem antes da chegada do inglês à categoria, correram juntos por três temporadas, e um substituiu o outro na Mercedes. Hamilton estreou na F1 em 2007, exatamente depois de Shumacher se aposentar pela primeira vez. Em 2010, o alemão resolver voltar a correr e escolheu a Mercedes, enquanto o inglês, já campeão mundial, seguia na McLaren. E curiosamente, quando Schumi parou de vez, Hamilton iniciou na Mercedes a fase mais vitoriosa da sua carreira. Depois o que vem é história, regada de emoções, recordes batidos, muitas poles e tantos títulos conquistados. Lewis Hamilton alcançou a grande marca que faltava e tem tudo para superá-la nos próximos anos. Muitos criticam a família de Schumacher por esconder dos fãs o estado de saúde do piloto alemão. Um homem que se desafiava nas pistas, artista, atleta, que parou de correr e depois voltou, que se alimentava da adrenalina, do amor a velocidade, que teve a vida paralisada por um acidente em outra pista, essa coberta de neve. Pista que traiu o exímio esquiador. Ironia da vida. Como entender as fatalidades e aceita-las? Vamos guardar os momentos na memória, compartilhar experiências e sempre lembrá-lo como o piloto grandioso que foi. E ainda é. Porque Schumi ainda está entre nós, mesmo preservado. O que sabemos é que ele vive em paz. O presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Jean Todt tem visitado constantemente o heptacampeão mundial. Todt, grande amigo do alemão desde os tempos em que dirigia a Ferrari, disse que Shumacher acompanha agora a jornada do filho, Mick, que deve estrear na Fórmula 1 em 2021 pela Hass. Se ele tem essa lucidez de continuidade no filho, jamais saberemos. O importante é que a história continua. Pede passagem. O ciclo da vida e da morte se conversam na beleza do universo. Não somos donos de nossos dias e muito menos do futuro. Uma verdade é certa: Ídolos são imbatíveis, invencíveis, ídolos não morrem, viram lenda.


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