09/09/2021 às 22h47min - Atualizada em 09/09/2021 às 22h47min

Setembro Amarelo: Como identificar problemas na saúde mental dos colaboradores?

A campanha Setembro Amarelo ganha, a cada ano, mais destaque no Brasil desde que foi lançada por aqui em 2014. O objetivo é trazer a conscientização, desmistificação e a prevenção ao suicídio. São inúmeros os fatores que levam a esse movimento e para falar sobre o tema dentro das empresas, Rebeca Toyama, especialista em estratégia de carreira, traz reflexões e dicas de cuidado com os colaboradores para conseguir reconhecer sinais e sintomas. De acordo com uma pesquisa realizada pela FMUSP, que avaliou cerca de 2.117 participantes do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto, acompanhados desde 2008 e avaliados periodicamente durante o ano de 2020, mostrou que a pandemia de COVID-19 não alterou de forma significativa a ocorrência de transtornos mentais, porém continua alta, afetando mais de 20% da população. Além disso, o estudo também mostrou que os níveis de sintomas de ansiedade e depressão, apesar de se manterem estáveis, permanecem em patamares elevados. Já segundo a Organização Mundial da Saúde, em 2020 o Brasil se consolidou o país mais ansioso do mundo, quase 20 milhões de brasileiros sofrem de ansiedade, o que engloba também o transtorno obsessivo-compulsivo, fobias, estresse pós-traumático e ataques de pânico. E a depressão atinge cerca de 12 milhões de pessoas no país, que ocupa o segundo lugar no ranking global. Portanto, a saúde mental é um tema urgente dentro das empresas, com o home office que ‘chegou sem pedir licença’, o uso constante de aplicativos de mensagens instantâneas e reuniões virtuais e a diluição das fronteiras entre a vida profissional e pessoal, além do contexto da crise econômica que impactou muito a vida dos brasileiros. Para a especialista, as empresas precisam redobrar a atenção e o cuidado com os colaboradores. E ainda alerta que algumas pesquisas já mostram os impactos esperados em decorrência das doenças mentais por conta do trabalho em excesso. “As empresas precisam olhar com cuidado e carinho para os colaboradores, pois a depressão é uma das principais causas de absenteísmo, e essa foi a doença mais incapacitante do mundo em 2020, segundo a Organização Mundial de Saúde. E o presenteísmo é um dos fatores de maior impacto na baixa produtividade e qualidade de uma equipe”, alerta Rebeca Toyama, especialista em estratégia de carreira. De longe é mais difícil Antes da pandemia, já se falava muito sobre a saúde mental e situações que desencadeiam a depressão e a síndrome de burnout. Mesmo assim, existe uma certa dificuldade para identificar os primeiros sinais e sintomas mesmo com o profissional presencial, agora com parte da equipe remota, acaba dificultando ainda mais esse processo. Para auxiliar gestores e empresas, , Rebeca Toyama aponta 5 principais dicas: 1. Cuidado com a psicofobia: Crie espaços para que as pessoas possam falar sobre o tema de forma segura e respeitosa; 2. Prepare os gestores para lidar com o tema: A maioria das graduações e pós-graduações não ensinam lidar com esse desafio; 3. Programas de prevenção de doenças mentais e promoção de bem-estar devem ser encarados como investimento 4. Destacar um profissional do RH, preferencialmente um psicólogo para ser um ponto de acolhimento e escuta 5. Inserir na comunicação interna pautas relacionadas ao tema com o intuito de desmistificar assuntos como: suicídio, depressão problemas com álcool de drogas, burnout e luto. Rebeca Toyama é fundadora da ACI que tem como missão desenvolver competências dentro e fora das organizações para um futuro sustentável.


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Comentar

*Ao utilizar o sistema de comentários você está de acordo com a POLÍTICA DE PRIVACIDADE do site https://gazetadepinheiros.com.br/.