08/08/2024 às 20h32min - Atualizada em 08/08/2024 às 20h32min
Críticas à SABESP e Shopping Eldorado pela dificuldade na comunicação com a sociedade
Uma das tarefas de um jornal é estabelecer o diálogo entre sociedade e instituições, sejam elas públicas ou privadas. Reportar as necessidades e problemas da população de uma forma que todos possam ter acesso, sempre dentro dos princípios da clareza e da idoneidade. No entanto, tal proposta depende da interação entre as partes. E um exemplo de dificuldade neste diálogo tem sido da Gazeta de Pinheiros, todos os jornais do GRUPO 1 e até com a AJORB-Ass. dos Jornais e Revistas de São Paulo, com as instituições da Sabesp e da administração do Shopping Eldorado.
O caso Eldorado
A administração da passarela sobre a Av. Eusébio Matoso, que liga diretamente com o Eldorado Shopping, que segundo informações, rompeu o contrato de concessão com a Prefeitura de São Paulo, tem sido alvo de críticas devido ao estado de conservação do local. A redação do jornal entrou em contato periodicamente desde que as denúncias passaram a se acumular - especialmente após a publicação de reportagens do Grupo 1 de Jornais - e recebeu respostas pontuais. No entanto, existe uma grande dificuldade na comunicação com a parte, e as respostas obtidas esclarecem muito pouco sobre a situação administrativa da passarela e não estabelecem um plano de ação claro para o problema. A reportagem da Gazeta de Pinheiros visitou recentemente a passarela, e é endossada por leitores que atestam que a situação está longe de ser resolvida de forma satisfatória, com invasão de camelôs, não funcionamento das escadas rolantes e elevadores e muito lixo acumulado.
O caso SABESP
O caso SABESP é ainda mais grave. A empresa, que passa por um momento de turbulência devido ao questionável projeto de privatização por parte do Governo do Estado, simplesmente ignora e-mails e ligações, não apenas do jornal como também da população. É até difícil enumerar a quantidade de denúncias recentes relacionadas aos serviços prestados e ações realizadas pela empresa na cidade. E raramente o Grupo 1 de Jornais recebe alguma resposta e, na ocasião do recebimento, são respostas insatisfatórias, que pouco explicam ou projetam soluções para o problema. Ao contrário do caso Eldorado, a SABESP presta serviços vitais para a sociedade, e sua comunicação deveria ser muito mais ágil e clara, e propôr muito mais soluções do que oferece até o momento. Desde o insucesso do “Novo Rio Pinheiros”, com gastos de até R$ 1 bilhão, a SABESP insiste de realizar as UR-Unidades de Tratamento de córregos poluídos, ao custo de mais de R$ 100 milhões cada uma, sem nenhuma melhora em suas águas. O exemplo é a UR-Antonico, que foi condenada pelo Tribunal de Justiça e Ministério Público, pois é uma verdadeira ‘Usina de Esgoto’, na frente do Estádio do Morumbi, ladeando residências de alto padrão, com odores, barulho e dejetos jogados nas ruas do bairro. E fez um suposto crime ambiental, quando dizimou em poucas horas, um bosque com mais de 300 árvores adultas com mais de trinta anos de vida.
A tarefa do jornal
Como nota, deixamos claro que a intenção do jornal jamais é abrir um conflito deliberado e arbitrário com qualquer instituição. Ao contrário, é nossa tarefa articular com a sociedade a possibilidade de soluções para os problemas. No entanto, isso também depende de sabermos com clareza qual é a condição desses problemas, e isso por sua vez depende de uma comunicação mais isonômica. Deixamos o espaço aberto para a resposta das empresas.