31/08/2018 às 14h31min - Atualizada em 05/05/2021 às 10h04min

Crescimento do uso de bicicletas deve ser acompanhado por estrutura cicloviária

O crescente número de bicicletas disponibilizados para aluguel tem adensado ainda mais a utilização desse meio de transporte. Assim, é preciso melhor preparar as vias e ciclovias para dar suporte à população. Dados da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) apontam que a cidade possui 498,3 km de vias com tratamento cicloviário permanente, sendo 468,0 km de ciclovias/ciclofaixas e 30,3 km de ciclorrotas. Para usufruir da integração modal o ciclista conta com 6149 vagas em bicicletários públicos, e 121 paraciclos públicos instalados nos terminais de ônibus e nas estações de trem e metrô. Porém, muitos trechos não possuem ligações. Um levantamento mostrou que a Faria Lima é a principal via das magrelas. Porém, não há como chegar até a Avenida Paulista por ciclovias, ou ao centro histórico da cidade. Isso pode expor a riscos os ciclistas. Incentivo Um estudo da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) mostra “que moradores de áreas próximas às ciclovias têm a chance aumentada de usar a bicicleta como meio de transporte em 154%. Para aqueles que moram perto de estações de trem ou metrô, o aumento ficou em 107%, independentemente de fatores como sexo, idade, nível educacional ou bairro”. Segundo dados divulgados pela Agência Fapesp, apenas 5,1% da população adulta de São Paulo utiliza a bicicleta como meio de locomoção. Os resultados do estudo apontam que a construção de mais ciclovias faria aumentar esse número. Alex Florindo, professor da Universidade de São Paulo (USP) e um dos autores do estudo, afirmou em entrevista à Fapesp que “é preciso garantir o espaço, principalmente em uma cidade como São Paulo, que tem um trânsito tão violento e capaz de inibir o uso da bicicleta”. Dados apresentados pelo movimento Ciclocidade apontam que “enquanto 38% dos usuários de outros meios de transporte se estressam sempre ou quase sempre, apenas 14% dos ciclistas passam nervoso. Em relação ao medo de atrasos, 35% dos não ciclistas sofrem com isso e apenas 15% têm esse problema no dia a dia. O desconforto é de 35% contra 14% e, no aspecto da segurança, os números infelizmente são mais parecidos, ainda que mais favoráveis a quem pedala: 60% contra 48%”. Estrutura A região de Pinheiros possui uma crescente rede de canais de deslocamento de bicicletas, que se interligam com outros modais de transporte. Os bicicletários das estações Pinheiros, Faria Lima e Fradique Coutinho do metrô promovem uma nova maneira de se deslocar pela cidade. Assim, os cidadãos que usam a bicicleta como meio de transporte ou lazer também podem utilizar os serviços do metrô e da CPTM. Segundo a ViaQuatro, responsável pela Linha 4 – Amarela, 123 vagas estão disponíveis no bicicletário da Estação Pinheiros, 150 na Estação Butantã e 86 na Fradique Coutinho. “As bicicletas devem ser presas com correntes e cadeados dos próprios usuários, responsáveis também pela guarda das chaves”, informa a empresa. Para ter acesso ao bicicletário, é preciso fazer um cadastramento biométrico e um pré-cadastro com dados pessoais no site da empresa. “Para conclusão e efetivação do cadastro, o ciclista deve ir a um dos bicicletários da Linha 4-Amarela, localizados nas estações Fradique Coutinho, Pinheiros ou Butantã, e apresentar documento original com foto, comprovante de residência e o número de protocolo gerado no pré-cadastro feito pela internet”, finaliza. As bicicletas podem ficar estacionadas por no máximo quatro dias. Plano cicloviário A Prefeitura de São Paulo apresentou o plano cicloviário da cidade em agosto. O projeto prevê ampliação da rede cicloviária e conexão a terminais de ônibus e estações de metrô e trem. Além disso, prevê um anel cicloviário unindo partes distintas da cidade com maior integração. A requalificação e criação de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas, levando-se em conta as características e volume de tráfego da via também está prevista, junto com a implantação de estruturas de acalmamento de tráfego onde forem implantadas ciclorrotas (rua compartilhada por carros e bicicletas) e melhoria da infraestrutura de apoio ao ciclista (bicicletários, paraciclos etc). A realização de audiências públicas nas 32 Prefeituras Regionais da capital para apresentar e promover o debate das propostas com a sociedade está prevista. O plano prevê uma melhor hierarquia da rede cicloviária, considerando as características da cidade e o volume de veículos motorizados na via. Assim, foram divididas as redes estruturais, regionais e locais. A Rede Estrutural é composta pelas principais ligações cicloviárias da cidade, com percursos maiores. É formada principalmente pelos eixos Norte, Sul, Leste e Oeste, e dois anéis: o maior, o Minianel Viário, composto pelas marginais, avenidas dos Bandeirantes, Tancredo Neves, Juntas Provisórias e Salim Farah Maluf; o anel menor, na região Central, chamado de “Rótula”, além de uma rede que permeia toda da cidade. A rede estrutural será constituída prioritariamente por ciclovias, ou seja, vias segregadas do leito em que circulam os carros, como já ocorre, por exemplo, na Av. Faria Lima. A Rede Regional é feita de estruturas de ligações entre comércio, serviço, transporte e lazer com a função de conexão entre os eixos estruturais. A rede regional será composta predominantemente por ciclofaixas. Já a Rede Local possui vias que conectam a rede regional aos bairros e às áreas de interesse local. Será constituída preferencialmente por ciclorrotas, em ruas que possuem baixo volume de veículos e receberão tratamento para acalmamento de tráfego – intervenções na geometria da via que induzem à redução de velocidade, como a construção de lombofaixas, faixas de pedestres elevadas.


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