19/10/2023 às 22h59min - Atualizada em 19/10/2023 às 22h59min
Billings e Guarapiranga sofrem com a degradação e invasão de suas margens
A grande demanda por água da Região Metropolitana de São Paulo levou à construção de complexos sistemas de produção de água como os reservatórios Billings e Guarapiranga. Por estarem longe dos centros urbanos e próximas a áreas de produção agrícola, no passado acreditava-se que estas represas estariam protegidas. Mas não foi isso que aconteceu.
Invasão de maneira desordenada
De acordo com o Governo do Estado, ao longo do tempo, a carência por moradia e outros problemas, motivaram as comunidades do entorno a se aproximar dos reservatórios. A ocupação do solo ocorreu de maneira desordenada, não respeitando os limites ambientais que geraram grandes perdas de cobertura do solo que levaram ao assoreamento de rios e dessas represas. Hoje, é possível encontrar lixo com materiais tão diversos como plásticos, metais, papéis, pneus, carcaças de veículos, entulhos da construção civil, entre outros, fazendo com que a gestão dos resíduos sólidos seja um dos maiores problemas ambientais da região.
Mas o problema é bem grande. Como exemplo, no entorno do reservatório Billings, no ano 2000, chegou a 710 mil habitantes e hoje alguns milhões de habitantes. Desta forma, as ocupações indevidas das áreas do entorno das represas com construções irregulares e sem saneamento e os usos desordenados das margens e das suas águas representam uma grande preocupação, requerendo ordenamento dessas atividades de forma a não comprometer a qualidade da água armazenada nem a capacidade de geração de energia das usinas na região.
Qualidade da água
De acordo com matéria do ‘Repórter Diário’, há pesquisas desde 2015 que apontam que a qualidade da água nos reservatórios está pior a cada ano. Em entrevista para o RDtv, a bióloga e coordenadora do Projeto IPH (Índice de Poluentes Hídricos) da USCS (Universidade de São Caetano do Sul), Marta Angela Marcondes, explica que não são todos os “braços” dos reservatórios que estão poluídos, e sim aqueles que estão mais próximos de habitações.
“Existe uma intensificação de moradias na Guarapiranga e, ao longo do tempo, a qualidade de água ficou muito pior. O mais preocupante é que também temos uma perda na capacidade de armazenamento do reservatório, já que toda a poluição se instala no fundo da represa, diminuindo a sua profundidade”, afirma.