10/08/2023 às 23h36min - Atualizada em 10/08/2023 às 23h36min
Parque Linear Charque Grande-Ibiraporã no Morumbi pede socorro
O córrego Charque Grande-Ibiraporã é afluente do córrego Pirajussara e desemboca sob a av. Eliseu de Almeida. Ele foi considerado “modelo de gestão” da Subprefeitura Butantã em 2010, por ecomobilização que envolveu a gestão participativa do poder público e a população local, SOS Mata Atlântica, entre outros, para sua despoluição e revitalização da fauna e flora em seu entorno, hoje grita por socorro! O Parque Linear Ibiraporã proposto é um corredor verde desde a Av. Eliseu de Almeida (Parque Chácara do Jockey) até a Praça Santa Suzana (89º DP). A comunidade continua em luta pela sua preservação, pois é um dos últimos pulmões verdes de mata e ecologia da área.
Descontentamento da população
Inserido no Plano Diretor (PDE-2014), o projeto do Parque Linear Charque Grande-Ibiraporã foi elaborado para que as conquistas da comunidade fossem mantidas e ampliadas, como investimento em saneamento e recursos hídricos (prevenção de enchentes), da fauna e flora e da qualidade de vida. Desde então, o descontentamento da população, pelo fato do parque linear jamais ter saído do papel, vem crescendo na mesma proporção e intensidade da degradação em toda a sua extensão.
Promotoria de Justiça do Meio Ambiente
A profunda indignação popular, fez chegar denúncia à Promotoria de Justiça do Meio Ambiente do Estado, resultando em ação civil pública em andamento, cujo itens principais a comunidade destaca: 1) A região de cabeceira do córrego, anfiteatro de nascentes, é objeto da ACP, para ser reintegrada ao perímetro do parque linear, uma vez que é essencial para barrar o desmatamento desenfreado, restaurar a permeabilidade do solo e a absorção das águas (abundantes) que dali descem em linha reta para av. Eliseu de Almeida, diminuindo, assim, as enchentes cada vez mais intensas e frequentes ocorridas no entorno; 2) Foi deferida na ACP, decisão, em caráter liminar, para paralização das obras de pavimentação e canalização das águas urbanas da rua Custódio de Oliveira e entorno (próxima ao 89º DP), pois que a Subprefeitura do Butantã insistiu no seu prosseguimento, mesmo após parecer da SVMA, CAEX e recomendação expressa do MP em sentido contrário. Recentemente, em total descumprimento de ordem judicial, novamente foram flagrados tratores na área; 3) A polêmica pavimentação ocorreu baseada em ultrapassado planejamento, sem qualquer consideração de impacto ambiental. A obra também não surtiu a melhoria esperada no trânsito local, abrindo, inclusive, novos espaços para mais construções; 4) Paralelamente, entre as ruas Osíris Magalhães de Almeida e Ibiraporã, a margem do córrego tem sido alvo de construções que avançam, sobre o que deveria ser o perímetro do parque, em área não edificável, entre elas uma casa de shows (com potencial de público para mais de mil pessoas e também objeto de ação civil pública desde 2021, devido ao excesso de barulho e segurança da edificação) em area predominantemente residencial, e impacto no adensamento do transito local, devido ao constante excesso de veículos ali estacionados e 5) Já se anunciam em placas e outdoors, novos empreendimentos e lançamentos imobiliários, com potencial de avançar sobre o que seria o perímetro do parque.