13/05/2019 às 10h30min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h49min

O cérebro da Abolição: André Rebouças foi o primeiro engenheiro negro do Brasil

Principal abolicionista, nome de uma das mais importantes avenidas de São Paulo, elo entre as regiões do Morumbi, Butantã e Pinheiros ao centro, além do famoso túnel carioca. Antiga capital do império onde viveu e ganhou fama após solucionar o problema de abastecimento de água, trazendo-a de mananciais fora da cidade. De infância pobre, formou-se em Engenharia pela Escola Central do Exército, bacharelou em Ciências Físicas e Matemáticas e Engenharia Militar pela Politécnica em 1860. Promovido a Primeiro Tenente, especializou-se na Europa em fundações e obras portuárias sendo uma das maiores autoridades brasileiras em engenharia ferroviária e hidráulica. Como engenheiro militar serviu na Guerra do Paraguai, onde desenvolveu um torpedo utilizado com sucesso. Em 1871, ao lado do irmão Antônio, apresenta ao Imperador D. Pedro II o projeto para construção da estrada de ferro Antonina-Curitiba, base para a difícil obra do trecho serrano da ferrovia Paranaguá-Curitiba, uma das principais obras do século 19. Após a morte do irmão em 1880, aos 37 anos, André resolve estudar na Europa, e na volta decidido a conhecer Nova York. Sente na pele a segregação racial, até então ignorada devido à sua posição social e braço direito do Imperador. As chamadas Leis Jim Crow acabaram impedindo-o de produzir, jantar em famosos hotéis ou assistir às apresentações em teatros, tendo ainda que dormir em um quartinho nos fundos. Humilhação que o incentivou na criação da Sociedade Brasileira Contra a Escravidão e, posteriormente, junto a Machado de Assis, Cruz e Souza, Joaquim Nabuco e José do Patrocínio, tornar-se o principal articulador da Abolição da Escravatura.   Rogério Candotti é articulista deste jornal


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