17/02/2023 às 00h38min - Atualizada em 17/02/2023 às 00h38min
Prestes a completar seis anos Parque Chácara do Jockey deve ganhar Plano Diretor
O Parque Chácara do Jockey, um dos mais jovens de São Paulo, completará o seu sexto aniversário no dia 30 de abril. Localizado Butantã, na divisa de Vila Sônia com Ferreira, o parque possui mais de 143 mil metros quadrados (o equivalente a 20 campos de futebol). Uma audiência Pública sobre o Estatuto do Parque deve ser feita em abril.
O Jornal do Butantã – Grupo 1 de Jornais conversou com o Padre Darcy de Carli, da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, um dos principais atores para a transformação do espaço.
Como foi a luta pela transformação do terreno em Parque?
A concessão teve várias etapas. A primeira etapa, quem iniciou o movimento foi o Grupo de Combate às Enchentes. A primeira fase, o 'Jornal do Butantã' comenta até no jornal, há mais de 35 anos que a Chácara do Jockey tinha uma vocação para ser Parque.
Acredito que o embrião para a criação do Parque começou aí e foi crescendo. Depois, com a associação daqueles que combatiam as enchentes do Córrego Pirajuçara, que impediram que a área fosse transformada num condomínio residencial. Porque a grande área verde continha as águas que traziam o flagelo das enchentes para a nossa região.
A terceira etapa foi um movimento de toda a sociedade local e também do entorno, quando reunimos o apoio de mais de 50 associações para que a área deveria ser desapropriada. A quarta etapa está sendo agora: é a construção do parque, popular e participativo, para que o poder público leve em conta, não só o respeito à história que o parque tem, da luta do povo, mas acima de tudo, as necessidades da conservação e da participação popular, unindo os anseios da população.
O que a comunidade espera do Plano Diretor do Parque?
É agora que ocorre a elaboração do Plano Diretor, que é o regimento que define o 'Uso e a Ocupação do Parque' como um todo, propondo limites. Foi uma forma de conquista na Justiça, quando teve a concessão do parque. O Movimento Parque Chácara do Jockey queria entender como seria essa concessão, se haveria benefícios em favor de toda a população do entorno.
Na primeira minuta, o documento tinha um caráter meramente de exploração comercial, desconsiderando os aspectos de fauna, flora e também da área que era patrimônio tombado. Principalmente, seria usado para área de shows, impactando a área de proteção ambiental e do entorno, que é também, residencial.
O Plano Popular Participativo conseguiu provar na Justiça a impossibilidade da concessão. Foi uma vitória que o movimento conseguiu. Assim, a concessionária desistiu.
O Movimento também teve tempo, agora, de garantir etapas da participação fazendo oficinas no começo de 2020. Com a pandemia, só foram retomadas as oficinas no ano passado. O Movimento também tinha recorrido à Justiça e houve um acordo para suspender a concessão.
Esse acordo obrigou também que outras cidades do País desenvolvessem Planos Diretores para seus parques. De modo particular, a cidade de São Paulo, que não haverá concessão se não houver um Plano Diretor Participativo de toda sociedade. Essa é uma grande conquista. Como resultado: o Movimento Parque Chácara do Jockey, formado por inúmeras camadas da nossa sociedade. Foi a mobilização popular que mudou a história da concessão dos parques e o respeito que se deve ter com a palavra do povo, quando se refere àqueles que são seus usuários. Por isso, no dia 5 de abril, haverá uma Audiência Pública, na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, no Auditório do Centro Pastoral, para debater o Plano Diretor do Parque Chácara do Jockey.