02/02/2023 às 22h06min - Atualizada em 02/02/2023 às 22h06min
Moradores discutem o Carnaval de Rua e seus grandes problemas
Após dois anos, o Carnaval de rua deve ocorrer em 2023. População local já aponta problemas com blocos. Mais de 500 inscrições já foram aceitas e Prefeitura ainda analisa mais blocos. No passado, região já enfrentou dificuldades durante a folia. Associações informam sobre a possibilidade de estrutura igual à da Copa do Mundo.
Moradores debatem estratégias
“Tenho extensos relatórios com documentação fotográfica que foram apresentados anos atrás ao MP, quando haviam processos correndo. Na época o maior problema eram os megablocos na Av. Faria Lima (setor Pinheiros) que acabaram sendo proibidos ali após uma quase tragédia, que tinha sido prevista pelos moradores, Policia Militar, Via Quatro etc... Creio que o maior problema nas demais regiões da cidade, sejam os megablocos, que na verdade sao gigantescos shows, que ao invés de ocorrem nas arenas, ocorrem no espaço público. Rendem uma fortuna para seus organizadores, que na verdade viraram empresas, que deveriam prestar contas e ficarem sob o crivo do Tribunal de Contas, afinal recebem pesado investimento público com a sessão de espaço, segurança, limpeza, às expensas da Prefeitura e Estado, fora o custo social e direto das interdições, ruído e incomodidade dos moradores, etc... Tem também o modelo de comercialização de bebidas pelos ambulantes ‘credenciados’ pelo patrocinador, mas que não tem controle algum e acabam sendo tremendamente explorados por uma feroz concorrência entre si, além da patrocinadora, com este sistema atravessar toda a sua própria cadeia de distribuição gerando uma concorrência desleal, com bares e restaurantes que tem seus custos e responsabilidades. Mas esta é outra denúncia”. J.M.R.
“Sou apenas um singelo morador, mas os interesses da prefeitura e dos patrocinadores já foi provado que estão muito acima dos nossos (apesar de sermos nós que pagamos o IPTU para manter a região). É um enorme descaso o que acontece com o bairro, no fim de semana que vem já estão programados 4 blocos para passar aqui em volta do prédio. Vira uma cena de terror: drogados violentos perambulando por todos os lados, filas de marmanjos fazendo xixi no muro do prédio e na calçada, muitos ‘batedores de carteira’. Enfim, não da nem para sair na rua de tão perigoso. Vira um verdadeiro walking dead”. M.R.M.
“Sem contar com o barulho ensurdecedor que entra e sacode nossas casas que muitas vezes tem moradores idosos, acamados, bebês ou mesmo moradores, que simplesmente gostariam de ter paz em seus lares”. M.L.A.N.
“Montamos um pool de Associações e Coletivos de Pinheiros para ações conjuntas. Já fizemos reunião com a Subprefeitura e protocolamos documento no MP de Meio Ambiente e Urbanismo sobre inúmeras questões que complicam a vida do morador, trabalhador e do fluxo e modais de transporte do Bairro”. E.O.
“Moro na rua Mateus Grou por onde já passaram vários blocos de carnaval em anos anteriores. Realmente ficamos com o carro preso na garagem e o que se vê é um monte de lixo, pessoal urina nas paredes em qualquer canto. Muito desagradável!”. M.T.L.
“Participo há anos desses grupos aqui do bairro e região, sou totalmente contra essa loucura que se transformou o ‘Carnaval de Rua’ em SP, verdadeira afronta aos moradores e pagadores de impostos. Entretanto minha experiência é altamente frustrante e negativa sobre esse tema; jamais conseguimos apoio da Regional ou Prefeitura; tudo acaba se virando contra nós, um absurdo. Sinceramente? Cansei. Nessa época só me resta fugir de SP - do contrário, nem sair de casa conseguiria... Infernal”. C.A.M.
“Eu moro na Vila Madalena na Rua Madalena, esquina com rua Harmonia, onde concentra bem os blocos e sofremos muito”. S.T.
“Moro na Aspicuelta, praticamente no meio do caos”. M.S.
“Moro na rua Ferreira de Araújo e minha mãe na rua Harmonia. O abuso cometido todos os anos contra os moradores, com o aval dessa subprefeitura que não consegue sequer tapar os buracos das ruas do bairro”. C.P.A.
“SAAP com outras associações coletivos estão promovendo ações mais abrangentes, afinal alguns problemas são comuns. Fizemos um documento já encaminhado a alguns órgãos do Executivo, Segurança e Judiciário. Ocorreu uma reunião na Subprefeitura e em relação a nossa região especificamente, a princípio o Largo será cercado por grades, o que evita aglomerações, tumultos, pancadões, ambulantes e possibilita o livre fluxo de veículos, ônibus, bicicletas. Temos a relação que contempla várias áreas do bairro, o que é importante, já que ao nos deslocarmos, temos a informação das vias que estarão fechadas, possibilitando que moradores, trabalhadores e o comércio em geral tenham o mínimo de normalidade • Relação extraída do Diário Oficial. Informações de Grito de Carnaval diretamente do Instagram dos locais • Pode e possivelmente ocorram outras festas, impossível ter o domínio de tantos locais”.SAAP- Associação dos Moradores do Alto de Pinheiros
Savima aponta ZAE
Segundo a SAVIMA-Sociedade Amigos de Vila Madalena, a ZAE - Zona de Atenção Carnaval 2023 funcionará no período de 11 a 26 de fevereiro, com o fechamento das vias Morás, Simão Álvares, Wisard, Girassol, Inácio Pereira da Rocha e Aspicuelta das 19h às 21h.
“No último dia 17 de janeiro, reuniram-se no ‘Bar Vero’, representantes da Polícia Militar, Prefeitura Regional de Pinheiros, CET e SAVIMA , a fim de explanar sobre Planejamento Estratégico para o Carnaval de 2023. O Tenente Coronel Daniel explicou a todos que as ações de policiamento, fiscalização e estruturação dos desfiles, referentes à banheiros químicos, limpeza das ruas, dispersão e segurança serão executadas no Pré Carnaval, 11 e 12/02, no Carnaval, 17-18-19-20-21/02 e no Pós Carnaval, 25 e 26/02.
Foi dito também que possivelmente na Vila, haverá a ZAE (Zona de Atenção Especial), eventualmente após as 18h30, quando os desfiles da Avenida Henrique Schaumman e Rua dos Pinheiros terminarem, para se evitar ao máximo a entrada de ambulantes e foliões na região da Rua Aspicuelta. Circulação de veículos, apenas para carga e descarga de produtos dos comerciantes, das 6h às 16h. Moradores e frequentadores da região da (ZAE), segundo orientação das autoridades presentes, deverão portar conta de luz, para circular nesta área. Agradecimentos ao Sr. Humberto Munhoz e Sócios pela colaboração na cessão do espaço no VERO para toda a equipe de planejamento.” SAVIMA: Sociedade Amigos de Vila Madalena
