13/10/2022 às 23h22min - Atualizada em 13/10/2022 às 23h22min
‘Pancadões’ nunca terminam e vão continuar sem estratégias de órgãos públicos
Sem uma união entre Secretarias Municipais, Estaduais, GCM-Guarda Civil Municipal, Polícia Militar, Polícia Civil e Polícia Científica, os ‘pancadões’ vão continuar. Não é possível quase todo o fim de semana nas Comunidades do Jardim Colombo, Paraisópolis, Sapé, Rio Pequeno e muitas outras, os ‘organizadores’ terem a liberdade de realizar shows com drogas e muita influência nos jovens, que perambulam pelas ruas da região no término, aos domingos de manhã. É um verdadeiro inferno de som para milhares de moradores que reclamam insistentemente para os órgãos públicos, sem sucesso. Subprefeituras, que tem conhecimento das datas, precisam impedir os verdadeiros ‘bailes funk’, antes do seu início.
Comunidades repudiam
“Tivemos contato com as comunidades de Paraisópolis e Colombo e nos informaram que os famigerados ‘pancadões’ são de fora. Ou seja, caminhões de som, geralmente de Osasco e região é que invadem os espaços e trazem os organizadores. A maioria dos frequentadores são de municípios vizinhos e de outras regiões da capital.” W.L
“Quase todos os finais de semana não conseguimos dormir. Os caminhões de som invadem a região e a Vila Sônia, Jardim Colombo, Vila Suzana e todo o Morumbi ficam reféns de som altíssimo que ecoa por toda a região. Está na hora de dar um basta nesta situação.” A.L.
“Todos reclamam dos “bailes do São Remo”, que começa na 6a feira e vai todo o fim de semana. Na comunidade o som altíssimo se espalha pelos bairros, prejudicando toda a vizinhança. São verdadeiros caminhões equipados com alto falantes potentes que espalham o som por todo o Butantã. A PM precisa agir e apreender os equipamentos”. L.B.
Legislação
Uma lei de autoria do então deputado Coronel Álvaro Batista Camilo, hoje Secretário Executivo da Polícia Militar, que proíbe a emissão de som alto proveniente de veículos ou equipamentos estacionados em vias públicas, sancionada pelo governador Geraldo Alckmin em 2015, prevê multa de R$ 1 mil ao dono do veículo, valor que pode quadruplicar em caso de reincidência. A lei também estabelece a punição em espaços particulares de acesso ao público, como postos de combustível, áreas livres e estacionamentos.
A Gazeta de Pinheiros – Grupo 1 de Jornais, conversou há algumas semanas com Álvaro Camilo sobre o tema:
“Vejo com preocupação, pois embora não seja considerado uma emergência policial, podem derivar rapidamente para crimes, além de reduzir a qualidade de vida de todos no entorno de onde acontecem. Os pancadões se caracterizam pelo desrespeito às posturas municipais: som alto, bebida comercializada e consumida em locais inadequados, show não autorizado em espaço público. Rapidamente a situação se agrava e o problema se transforma numa questão de segurança pública, em função da venda de bebida para menores, uso de drogas e outros delitos que agravam a situação.
Como se vê, trata-se de um problema que exige um trabalho conjunto e integrado da Prefeitura e as forças policiais. As ações devem ser com uso de ferramentas de inteligência, mapeando os locais onde acontecem e ocupando esses espaços por antecipação, evitando que os pancadões se instalem. Quando já iniciado, é necessário evitar confrontos e feridos, o policiamento é mantido pelas imediações, para garantir o direito de ir e vir das demais pessoas e evitar outros delitos decorrentes.