19/08/2022 às 00h19min - Atualizada em 19/08/2022 às 00h19min
Pinheiros comemora 462 anos com uma grande mudança
Um dos bairros mais culturais e receptivos de São Paulo comemora seu aniversário tendo que (mais uma vez) se reinventar. De origem que nos ligam a comunidades indígenas ao contundente processo de verticalização atual, Pinheiros passa seu aniversário buscando meios para amenizar os problemas dessa mudança de fotografia. Mas a gente já sabe que este bairro é forte. Ao longo dos últimos 66 anos, a Gazeta de Pinheiros acompanhou a vocação de Pinheiros e região para melhorar sempre.
‘Mercado das Batatas’
No início, com trajetos criados em barro, mercantes levavam e traziam o que era possível vender no Mercado das Batatas, desde todas as partes das vilas que iam se formando. Esta aldeia, por ficar na margem do rio, começou a servir de local estratégico para viajantes.
Caminho de Pinheiros
Por volta do ano de 1600, o chamado ‘Caminho de Pinheiros’ (atual Consolação) era um dos principais pontos da vila de São Paulo, pois ligava essa região a outras áreas mais distantes. Começam a surgir casas, criam-se ruas.
‘Ciclo do Café’
O grande progresso da região, porém, só ocorreu a partir do Ciclo do Café no Brasil , entre o final do século XIX e o começo do século XX. Foi o dinheiro proveniente da exportação do produto que proporcionou o avanço do bairro. Nas primeiras décadas do século XX houve a fundação do Mercado Caipira, da Sociedade Hípica Paulista e da Cooperativa Agrícola de Cotia. O surgimento destas instituições e a ampliação infraestrutural (transportes, água, luz) intensificaram o desenvolvimento do bairro.
A cidade vem vindo
Lá pelas tantas, edifícios e um comércio local. A cidade vem vindo e Pinheiros é uma pequena amostra disso. Nas páginas da Gazeta de Pinheiros podemos acompanhar a substituição dos casebres por edificações mais sólidas, que dão espaço a um bom comércio. O bairro começa a receber artistas e intelectuais. A boemia surge. Com ela, o bairro começa a ver um número crescente de pontos gastronômicos.
Centro gastronômico
Quase que sem perceber, bares e restaurantes vão aparecendo e inovando nos temperos. Pinheiros destaca-se como hub culinário em uma das cidades mais gastronômicas do Brasil. Presentes, a cozinha baiana, a mineira, a portuguesa, a italiana. Cada uma alimentando um paladar.
Rua dos móveis, instrumentos musicais...
Pinheiros é conhecido no município por ter a rua dos móveis, dos instrumentos musicais, dos restaurantes, dos bares; ou seja, um bairro que colhe muitas caras e vive se modificando. E sempre que teve um desafio, Pinheiros soube se reerguer. Assim como a Gazeta de Pinheiros tem mostrado nos últimos tempos que, mesmo no período de dificuldade, a população local vem ajudando quem mais precisa com ações de voluntariado.
Carros-de-boi
A estrutura vai se desenvolvendo. É difícil de imaginar, hoje, para quem passa pela Avenida Rebouças que, antigamente, ali era um caminho de lama, por onde carros-de-boi eram guiados. No início do século XVII, o Caminho de Pinheiros era um dos mais destacados da Vila de São Paulo, por ser o único acesso à aldeia e às terras além do rio, no sentido oeste.
Avenida Rebouças
Hoje, a Avenida Rebouças é ocupada até mesmo embaixo da terra. A Linha 4 – Amarela do Metrô segue seu desenho e auxilia no deslocamento pela cidade, com quatro estações (Paulista, Oscar Freire, Fradique Coutinho e Faria Lima) em seu contorno. Essa facilidade de acesso também configura em um dos motivos do desenvolvimento do bairro de Pinheiros (que ainda conta com as estações Pinheiros, que faz ligação com a CPTM, e Clínicas e Vila Madalena, da Linha 2 – Verde).
Muito lazer e shoppings
Além disso, oferece a seus moradores e visitantes uma grande oferta de opções de lazer. Além dos maiores shoppings como Iguatemi, Villa-Lobos e Eldorado, o bairro possui duas bibliotecas municipais: a ‘Biblioteca Alceu Amoroso Lima’, que possui um acervo da memória do bairro para consulta e a ‘Biblioteca Álvaro Guerra’, que reúne depoimentos de moradores sobre suas histórias de vida e do bairro em sua ‘Estação Memória’.
Na área cultural, ainda serve de residência para centros como o ‘Sesc Pinheiros’ e o ‘Instituto Tomie Ohtake’, o ‘Centro Brasileiro Britânico’, o ‘Goethe-Institut’ e o ‘Centro da Cultura Judaica’, por exemplo. Inúmeras praças, como a Benedito Calixto são um refúgio no meio da cidade, além arborizados e completos Parques do Povo e Villa-Lobos. Bairros anexos como o Jardins e Cidade Jardim, abrigam grandes mansões e tem a maior área verde conservada e completa da cidade.
Colégio Fernão Dias e Hospital das Clínicas
Também oferece terreno ao tradicional e conhecido Colégio Fernão Dias e dezenas de instituições de ensino. Além disso, é lar do Complexo do Hospital das Clínicas de São Paulo, que é o maior e mais importante complexo médico-hospitalar da América Latina e referência internacional em diversas áreas.
Mais sofisticado
Hoje Pinheiros é um dos lugares mais sofisticados do Brasil. Reduto da classe média e alta, possui uma rede comercial grande e diversificada (roupas, sapatos, móveis, comidas e bebidas, bancos etc.) e uma intensa vida cultural (livrarias, casas noturnas e bares, feira de artes e antiguidades, academias de dança etc.). Além de ter seus caminhos cruzados por grandes ciclovias, que facilitam o deslocamento para os ciclistas.