26/05/2022 às 21h48min - Atualizada em 26/05/2022 às 21h48min

​É FOGO...

Para refletir, sobretudo quem considerou melhor não corrigir os erros de redação do PDE (Plano Diretor Estratégico) e estão doando mais três anos, no mínimo, (na minha opinião, na verdade, sete fora o show de bola) para a avassaladora voracidade da mercantilização da terra urbana...
Por que sob o discurso de defender os bairros centrais consolidados - verdadeiro objeto do PDE de 2014 - paradoxalmente se lhes entrega à mais antiga cadeia produtiva que esta cidade conhece, a predatória?
A pergunta é: da arquibancada no barranco do Pacaembu ao cineminha da Augusta, passando por Pinheiros inteiro, Vilas Madalena, Mariana, Leopoldina, Aclimação, Mooca, Carrão, Tatuapé, etc, etc, etc qual a proposta, para quando? 
Pois o quando da revisão prevista para o ano passado já deixaram passar...
Entre 2019 e hoje, quantos hectares (quarteirões, para os íntimos) de cidade rica e consolidada foram demolidos, desapareceram?
Será que se houvesse acontecido ao menos o debate de como corrigir os erros crassos de trajetória dos PIUs e os equívocos graves de redação das cotas (ambiental, parte, solidariedade, garagens...) alguns destes quarteirões ainda estariam de pé ou, ao menos, teriam recebido projetos mais inteligentes, mais contemporâneos, mais aderentes aos objetivos gerais do Plano?
No meio do incêndio, o que se deve fazer, me parece, é debelar as chamas e se mobilizar para proteger o que ainda não queimou.
Mas, não foi o que se viu. Não é o que se vê.
Só para lembrar. Lágrimas não apagam o fogo e não reconstroem a cidade.
*Valter Caldana é arquiteto e professor na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Mackenzie

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