05/05/2022 às 22h33min - Atualizada em 05/05/2022 às 22h33min

​Polêmica continua sobrevoando Congonhas que deve aumentar ruídos dos aviões

Das 6h às 23h, o aeroporto de Congonhas recebe centenas de voos que passam por cima de muitos bairros da região. As aeronaves provocam danos irreversíveis à saúde, como estresse e aumento da pressão sanguínea, problemas mais frequentes em pessoas idosas. O volume do tráfego de aeronaves é considerado alto, pois ultrapassa 55 decibéis, dez níveis acima do índice permitido pela Lei do Psiu na cidade de São Paulo. Isto já vem acontecendo e pode se agravar, se for aprovado os voos internacionais e houver abertura de mais movimento com a concessão do aeroporto.

Entidades lutam pela redução do tráfego aéreo
De acordo com a SAAP - Associação dos Amigos de Alto dos Pinheiros, uma das mais importantes remodelações de tráfego aéreo da história recente do Brasil está impactando nossa região. A mudança envolve a área que recebe mais voos – aquela formada pelos aeroportos de Guarulhos, Congonhas e Viracopos, três dos maiores do país. A medida, é preciso admitir, tem pontos positivos. Mas intensifica o trânsito e barulho irregular de aeronaves por bairros como Moema, Itaim Bibi, Jardins, Vila Nova Conceição, Pinheiros, Morumbi, Butantã e Alto dos Pinheiros.
Em reuniões com entidades e a comunidade, a SAAP afirma que as autoridades estão dispostas a ouvir as queixas das associações de moradores. Isso é um avanço que deve ser elogiado. Mas não vemos sinais concretos de que as queixas estejam de fato sendo consideradas a ponto de provocarem alteração, ainda que pontual, na implantação das novas rotas.
A mudança, segundo o Centro Regional de Controle do Espaço Aéreo – Sudeste, responde à intensificação (atual e futura) do tráfego de aeronaves, reduz esperas e atrasos aéreos e diminui a carga de trabalho de pilotos e controladores de voo. O ponto central da remodelação é o Aeroporto de Guarulhos, o mais movimentado do Brasil, mas há impacto em outros, como Congonhas. E aí é que começam os problemas para Alto dos Pinheiros: com as novas rotas no entorno, é comum passarem sobre nossa região aviões que pousam ou decolam em Congonhas.
As autoridades aéreas argumentam que o aumento da capacidade do espaço aéreo é uma necessidade inescapável. E que as novas rotas minimizam esse problema, ao reduzirem o tempo de voo (e, portanto, o ruído). Na prática, os trajetos diminuem o barulho em algumas regiões e eleva em outras. “Há pessoas beneficiadas e pessoas prejudicadas”, afirma um dos slides apresentados no encontro de março.

A Gazeta de Pinheiros – Grupo 1 de Jornais conversou com representantes da AME Jardins sobre o tema:

Gazeta de Pinheiros - Qual é a preocupação dos moradores locais em relação à concessão do Aeroporto de Congonhas?
AME Jardins - O aeroporto de Congonhas, incluído no Programa Nacional de Desestatização (PND), conforme Decreto Federal nº 10.635, publicado em 23 de fevereiro de 2021, será ofertado à iniciativa privada juntamente com outros aeroportos. Congonhas é o aeroporto mais atrativo do bloco por ter o segundo maior movimento entre os aeroportos do país e o com maior trânsito de executivos. Com um contrato de 30 anos e com tamanho atrativo econômico para o futuro concessionário, é previsto que o aeroporto passe de 32 para 44 movimentos/hora, o que significa um aumento de 37,5% nos pousos e decolagens. A projeção é um aumento do número de passageiros de 35% em 10 anos. Com isso, os impactos sonoros e ambientais serão mais intensos ao que já acontece nos dias de hoje. O ruído percebido pelos moradores que estão próximos ao aeroporto e na rota causa uma incomodidade superior àquela entendida nos estudos de zoneamento de ruído.
Com o aumento do movimento, o tempo de exposição ao ruído e poluentes (gases provenientes da queima de querosene e metais dispersos pelas aeronaves) será intensificado e os problemas de saúde dos moradores dos bairros, do entorno do aeroporto e das rotas das aeronaves, irão piorar. Assim, sofreremos com o aumento do trânsito do entorno, e ficaremos sempre sobressaltados com a maior probabilidade de acidentes aéreos, à exemplo do acidente com o avião da TAM, em 2007.
Essas associações enviaram documento ao Tribunal de Contas da União (TCU),  porque a intenção é que o órgão, responsável por aprimorar a administração pública em benefício da sociedade por meio do controle externo, tome as providências necessárias dentro das suas competências. Incluso também a suspensão da licitação até a adequação do edital, e/ou ordenado e que outros órgãos competentes analisem as questões por nós levantadas, realizando o sopesamento entre a necessidade de arrecadação do Governo Federal e da Prefeitura de São Paulo e as preocupações e demandas da Sociedade Civil, quanto a preservação da segurança e bem-estar dos passageiros, dos moradores do entorno e do meio ambiente urbano e natural.

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