11/11/2021 às 23h21min - Atualizada em 11/11/2021 às 23h21min

​Morte de pets reforça urgência de rever normas para transporte aéreo

No último mês dois cães morreram durante voos nacionais; transporte requer cuidados e preparação prévia

No período de um mês dois cães morreram durante transporte aéreo em voos domésticos no Brasil. O primeiro caso aconteceu no trajeto entre Rio de Janeiro e São Paulo e a causa da morte foi hipertermia. O segundo, ocorrido no trecho entre São Paulo e Aracaju, teve como causa a morte por asfixia, apesar do uso da caixa de transporte recomendada. “Toda viagem passa primeiramente pelo aval do médico veterinário, e esses recentes acontecimentos são um alerta para a necessidade de revisão dos protocolos para o transporte aéreo de animais de estimação fora da cabine da aeronave, que hoje é obrigatória para conjuntos (animal+caixa de transporte) com peso total de 7 a 10kg, podendo variar de acordo com as regras de cada companhia aérea”, afirma o diretor científico da Associação Mineira de Medicina de Tráfego (Ammetra), Alysson Coimbra.
O especialista, no entanto, afirma que há meios de mitigar as probabilidades de algo dar errado e minimizar o sofrimento dos animais que precisam voar. “O erro começa quando se equipara esse transporte de animais domésticos ao transporte de cargas e isso precisa mudar. Estamos transportando vidas e uma série de cuidados devem ser adotados para garantir a integridade física e evitar mortes”, avalia.
Diante dos casos ocorridos, a companhia aérea responsável suspendeu o serviço durante 30 dias e afirmou à imprensa que está fazendo uma análise de todos os procedimentos deste tipo de transporte. “Todo o ambiente de espera no embarque e desembarque deve ser meticulosamente preparado, assim como a logística operacional, priorizando a introdução e retirada da caixa com animais do interior da aeronave, para que se possa reduzir o tempo de permanência nesses ambientes hostis para eles”, observa Coimbra.
Protocolos para transporte aéreo de animais devem ser analisados cautelosamente (Foto: Depositphotos)
O diretor científico afirma que o transporte aéreo oferece desafios significativos. “A microgravidade, exposição à radiação, força G, lesões por ejeção de emergência e condições hipóxicas. Tudo isso precisa ser avaliado para oferecer segurança”, completa.
Segundo o especialista em segurança viária, os animais domésticos devem passar por um período de adaptação para voar fora da cabine. “Os pets não estão habituados a tanto barulho e ao ambiente em que ficarão inseridos por horas, isso gera um estresse muito grande. Além disso, o calor e a desidratação agravam esse sofrimento e, em casos extremos, podem provocar a morte”, comenta.

Preparação
Para melhorar essas condições, explica Coimbra, o tutor deve fazer um planejamento para que o pet se adeque à caixa de transporte. “Uma boa estratégia é promover a adaptação do animal com o confinamento na caixa ainda em sua casa, aumentando gradativamente a permanência até que se atinja o tempo total programado para a viagem. Isso reduz o estresse e ocorrências indesejáveis”, observa.
Alysson Coimbra, diretor científico da Ammetra

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