14/10/2021 às 22h15min - Atualizada em 14/10/2021 às 22h15min

Árvores e edificações tradicionais perdem para a verticalização desenfreada

O processo urbanístico da capital vem sofrendo uma verticalização sem limites, com abusos e invasões das grandes construtoras e incorporadoras, aproveitando ‘brechas’ do atual Plano Diretor aprovado em 2014 na administração do ex prefeito Fernando Haddad (PT) e dos vereadores da Câmara Municipal, que a ‘toque de caixa’, a pedido do alcaide, fizeram todos os substitutivos, que agora vem prejudicando os moradores de Pinheiros, Vila Madalena e Butantã. Os bairros tiveram centenas de prédios e verdadeiros espigões aprovados e a região oeste, por sua localização de infraestrutura, acaba tendo um volume grande de substituições de casas por edifícios. Isto ainda acarreta em cortes de dezenas árvores em terrenos e ‘expulsão’ dos moradores tradicionais. Centenas de alvarás de demolição são de Pinheiros Matéria da ‘BBC’ aponta a Subprefeitura de Pinheiros como a que mais apresente alvarás de demolição. Casas e prédios baixos dão lugar a edificações altas, com metro quadrado a ser explorado pelo mercado. O texto aponta que apenas em 2020 cerca de 30% (382) dos alvarás de demolição se concentraram na região. Neste ano, já são 120. Quadriláteros inteiros já contam com tapumes, como os próximos à Estação Fradique Coutinho do Metrô, ou já tiveram seu processo de demolição iniciado. Além disso, há também o corte de árvore em terrenos que antes abrigavam casa com pátio para utilização de todo espaço para a construção de prédios. Há algumas semanas, a Gazeta de Pinheiros – Grupo 1 de Jornais trouxe depoimentos sobre a derrubada de árvores em terrenos para a construção de condomínios verticais. Moradores protestam “Grandes empreendimentos significam retirada de árvores centenárias do nosso bairro…. Essas árvores todas ao redor serão retiradas.” B.A. “Que maravilha o ‘progresso’ hein? Mais trânsito na região, poluição, a vista das casas desaparece, pássaros sem árvores, menos sombra, mais calor e ‘planejamento sensacional’ nesta cidade. Há alguns anos um amigo me avisou que o Alto de Pinheiros iria virar um mar de prédios, não acreditei. Pois está se concretizando essa situação sombria e triste.” A.L. “Se forem mesmo centenárias, será uma pena… ” T.P.S. “Isso é resultado do ‘Plano diretor’ do ex prefeito Haddad. E o pior é que, mesmo que mudem essas permissões, ninguém vai derrubar prédio já construído.” B.V. “É um edifício mais alto que o outro!” B.A. “E a propaganda do prédio ainda chama atenção para o bairro arborizado…”V.L. “Não basta por abaixo as casas. Tem que destruir as árvores também. Que desespero, meu Deus! Para que fazer isso com nosso bairro? Cadê nossos representantes? Logo no começo da Rua Cardeal Arcoverde, entre a Doutor Arnaldo e Oscar Freire, em frente há um estande de vendas de mais um ‘horroroso’, talvez ‘futuro caixotão’ de mortos-vivos.” L.L.C. “Cada vez menos áreas verdes no bairro, revoltante, ainda mais agora que é época de reprodução dos passarinhos, certeza que os ninhos foram junto. Culpa de quem compra“. M.C. “Tenho ouvido motos serra direto aqui na região do Largo,  o coração até dói.” E.O. “Chega a ser insano mesmo...Vamos agradecer a esse Plano Diretor do ex prefeito Haddad, esse plano dos infernos. Implementar essas barbáries é fácil, voltar atrás nunca mais. Pagaremos caro por tanta destruição.” L.L.A. “No Alto de Pinheiros eu vejo direto essas podas. Algumas até entendo, mas a maioria  parece um massacre, árvores lindas, cheias de vida ficando sem galhos.” C.N. “Triste, eles podem tudo. Na rua Henrique Monteiro, esquina com a Bianchi Bertoldi desde que começaram a obra, reduziram a largura da calçada pra 70cm! Por lei seria 1.20m. E não adianta reclamar porque eles estão acima das leis. V.G. Pró-Pinheiros tenta frear este cenário A entidade Pró Pinheiros reúne as associações AMJA-Ass. de Moradores e Comerciantes da rua Joaquim Antunes; AMAPP-Ass. dos Moradores e Amigos dos Predinhos de Pinheiros; AMATEUS-Ass. de Comerciantes e Moradores da Rua Mateus Grou; AAPBC-Ass. dos Amigos da Praça Benedito Calixto; AMOLVI-Ass. de Moradores e Lojistas da Rua Dr. Virgílio de Carvalho Pinto, além dos coletivos Fórum Verde Permanente e Movimento Defenda São Paulo, promove um abaixo-assinado com mais de 3 mil assinaturas em protesto à descaracterização do bairro. Prefeitura afirma que deve haver compensação A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) informa que é necessária uma contrapartida ambiental quando houver cortes de árvores, por meio de um TCA (Termo de Compromisso Ambiental). O TCA é o contrato firmado pela SVMA e o interessado, com base em Projeto de Compensação Ambiental elaborado por munícipe que necessite realizar obras ou reformas envolvendo corte ou transplante de árvores. Quanto à fiscalização ambiental, as equipes atendem denúncias de pessoas físicas e de vários órgãos e entidades que tenham informações sobre infrações ambientais. Os especialistas aplicam a Lei Federal de Crimes Ambientais, como multas. As denúncias ambientais são concentradas através do PORTAL156. Para realizar a denúncia, é preciso que o munícipe se cadastre no Portal.


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