26/06/2020 às 20h53min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h28min

Mais de 1 milhão de árvores mortas. E a devastação continua

A Guarda Civil Metropolitana flagrou mais casos de crimes ambientais na zona sul essa semana. Estudo aponta corte de mais de um milhão de árvores apenas no município de São Paulo. A zona sul possui fragmentos de vegetação nativa de Mata Atlântica, e por este motivo a GCM realiza constante fiscalização.   Corte de árvores no Alto do Riviera Uma equipe da Inspetoria de Defesa Ambiental Capivari-Monos, da Guarda Civil Metropolitana (GCM), foi acionada na manhã do último sábado (20) para averiguar possível corte de árvores em área de proteção de mananciais, no Alto do Riviera, na zona sul. Os guardas surpreenderam quatro homens na prática de crime ambiental com o uso de motosserra. Os infratores foram encaminhados ao 47º Distrito Policial.   Estrada do Schmidt Guardas civis da Inspetoria de Defesa Ambiental Capivari–Monos flagraram, última quinta–feira (18), crime de degradação ambiental na Estrada do Schmidt. Durante patrulhamento os guardas se depararam com quatro homens movimentando terra em área de preservação ambiental (APA). Os suspeitos utilizavam uma minicarregadeira no loteamento. Após a constatação do crime, os homens foram conduzidos para o Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC).   Mais de 1 milhão de árvores mortas Levantamento indica que 1,2 milhão de árvores foram mortas apenas em São Paulo nos últimos seis anos. Sem a cobertura vegetal nas áreas mais afastadas da zona sul, leste e norte da cidade, nascentes são aterradas e cursos de água e córregos deixam de existir, o que compromete os mananciais de água que abastecem principalmente as represas da Guarapiranga e Billings, responsáveis pelo fornecimento de água a grande parte da população da Região Metropolitana de São Paulo.   Documento do vereador Gilberto Natalini mostra 160 áreas devastadas Esta é uma das conclusões do dossiê “A Devastação da Mata Atlântica no Município de São Paulo” (2ª Edição, 454 páginas), cujo lançamento foi feito pelo vereador Gilberto Natalini (PV-SP). O documento traz 160 áreas desmatadas. Ao todo, 7,2 milhões de metros quadrados de florestas paulistanas já foram ao chão. Uma área ainda maior está sob séria ameaça, caso o poder público continue omisso. O dossiê apresenta fotografias de satélite mostrando o “antes” e o “depois” da destruição da Mata Atlântica, além de imagens de drone e fotos obtidas nos próprios locais onde organizações criminosas devastam a cobertura vegetal para implantar aterros e loteamentos clandestinos (ao todo são quase 700 fotografias). Estes terrenos são vendidos ilegalmente, na maioria das vezes a pessoas simples que se desfazem de suas posses para comprá-los. Adquirem lotes sem documentação, enquanto o poder público assiste a tudo sem tomar providências eficazes.   CPI na Câmara Natalini pediu a instalação de uma CPI para investigar a devastação sistemática da Mata Atlântica na cidade. Não foi atendido. O dossiê traz depoimentos de 52 testemunhas sigilosas – homens e mulheres, a maioria moradora das regiões devastadas no extremo da zona sul. Juntas, essas pessoas citaram, direta ou indiretamente, 75 suspeitos de cometer crimes ambientais e outras ilegalidades, como crimes de corrupção. Segundo o documento, todos os dias dezenas de árvores da Mata Atlântica são criminosamente derrubadas no município. A maior parte da cobertura vegetal vai ao chão na zona sul da cidade para que organizações criminosas implantem loteamentos clandestinos em áreas de proteção ambiental.  


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