14/05/2020 às 21h08min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h32min

Guardas civis flagram atividade suspeita em área de proteção ambiental na zona sul

Uma das equipes da Guarda Civil Metropolitana flagrou movimentação estranha em um loteamento na altura do 2100 da Estrada do Schmidt no último sábado (9), durante patrulhamento pela região do Grajaú, zona sul. Os guardas visualizaram um caminhão e uma máquina, tipo carregadeira, sendo manuseados por dois homens. A dupla estava se preparando para remover grande quantidade de terra do local, considerado loteamento clandestino dentro de área de proteção ambiental da Mata Atlântica, e levá-la para outro espaço. Como se tratava de irregularidade, os homens foram levados ao 101º DP, onde foi elaborado Boletim de Ocorrência. Estudo Levantamento indica que 1,2 milhão de árvores foram mortas apenas no Município de São Paulo nos últimos seis anos. Sem a cobertura vegetal nas áreas mais afastadas da zona sul, leste e norte da cidade, nascentes são aterradas e cursos de água e córregos deixam de existir, o que compromete os mananciais de água que abastecem principalmente as represas da Guarapiranga e Billings, responsáveis pelo fornecimento de água a grande parte da população da Região Metropolitana de São Paulo. Esta é uma das conclusões do dossiê “A Devastação da Mata Atlântica no Município de São Paulo” (2ª Edição, 454 páginas), cujo lançamento foi feito nesta segunda-feira (27) pelo vereador Gilberto Natalini (PV-SP). O documento traz 160 áreas desmatadas. Ao todo, 7,2 milhões de metros quadrados de florestas paulistanas já foram ao chão. Uma área ainda maior está sob séria ameaça, caso o poder público continue omisso. O dossiê apresenta fotografias de satélite mostrando o “antes” e o “depois” da destruição da Mata Atlântica, além de imagens de drone e fotos obtidas nos próprios locais onde organizações criminosas devastam a cobertura vegetal para implantar aterros e loteamentos clandestinos (ao todo quase 700 fotografias). Estes terrenos são vendidos ilegalmente, e na maioria das vezes as pessoas simples são as que se desfazem de suas posses para comprá-los. Adquirem lotes sem documentação, enquanto o poder público assiste a tudo sem tomar providências eficazes. Natalini pediu a instalação de uma CPI para investigar a devastação sistemática da Mata Atlântica na cidade. Não foi atendido. O dossiê traz depoimentos de 52 testemunhas sigilosas – homens e mulheres, a maioria moradora das regiões devastadas no extremo da zona sul. Juntas, essas pessoas citaram, direta ou indiretamente, 75 suspeitos de cometer crimes ambientais e outras ilegalidades, como crimes de corrupção. Segundo o documento, todos os dias dezenas de árvores da Mata Atlântica são criminosamente derrubadas no município de São Paulo. A maior parte da cobertura vegetal vai ao chão na zona sul da cidade para que organizações criminosas implantem loteamentos clandestinos em áreas de proteção ambiental.  


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